Neste mês de fevereiro, a secretária executiva da SBPC Eunice Personini, mais conhecida por todos como Nicinha, completa 40 anos como funcionária da entidade, portanto a mais antiga colaboradora, ainda trabalhando com toda energia na entidade. Nicinha chegou à SBPC por indicação de uma amiga que soube da vaga. Ela lembra que quando tinha 19 anos, deixou seu emprego em outra empresa para ajudar na preparação da 26ª Reunião Anual da SBPC, que aconteceria em Recife, e se apaixonou pela função e o clima do novo local de trabalho. Tanto que recusou a conquista de uma vaga de funcionária pública no Banco do Brasil na época. “Fui contratada pelo Luiz Edmundo de Magalhães, então secretário-geral de Oscar Sala”, disse. Nicinha, na época, foi contratada para trabalhar no setor de sócios e eventos, onde ficou por quase 14 anos.
Em 1988, com a morte da secretária da diretoria Eliana de Luca Moraes, Nicinha assumiu o cargo que ocupa até os dias atuais. Nesse período, conviveu com diversos funcionários que lhe renderam amizades preciosas e até afilhados de batismo.
Logo em seguida ao ingresso na SBPC, começou a cursar Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) no período noturno. Para executar o estágio obrigatório, conseguiu autorização da diretoria da época e duas vezes por semana o fazia. “Estagiei por um período na Maternidade São Paulo e outro na Prefeitura de São Paulo”, conta.
Além de acumular muita experiência, Nicinha acredita que entre as vantagens de permanecer por muitos anos no mesmo trabalho foi que acompanhando a história da SBPC, pode também acompanhar fatos marcantes da história brasileira. “Acompanhei o crescimento da SBPC e de seu engajamento em diversas lutas. Em 1977, por exemplo, eu era aluna da PUC e o governo militar proibiu a realização da Reunião Anual da SBPC que seria em Fortaleza e ela acabou acontecendo na PUC-SP. Foi emocionante”, lembrou.
Para Nicinha, trabalhar na SBPC foi um privilégio e lhe proporcionou, além de bons amigos, um vasto conhecimento. “Em nenhum outro lugar seria possível trabalhar e aprender com pessoas tão brilhantes, como por exemplo, Helena Nader, Marco Antonio Raupp, Ennio Candotti, Sérgio Henrique Ferreira, Carolina Bori, Aziz Ab’Saber, entre outros”, disse. E completou, “são 40 anos, mas com a mudança da diretoria a cada dois anos, tudo é renovado. Tive que aprender a trabalhar com cada um deles, a lidar com seus humores e personalidades, mas no final de tudo, ficava com o melhor de cada um”.
Ao lembrar de momentos memoráveis Nicinha citou reuniões intermináveis. “Hoje a tecnologia facilitou a vida de todos, mas afastou também. Sem ela, os encontros de preparação para as reuniões anuais seguiam até tarde. Muitas vezes os encontros migravam para a casa de alguém e a família acabava participando”, conta.
Mas nem tudo são flores. Nicinha conta que também vivenciou momentos difíceis durante o período. “Mudamos de sede diversas vezes. Tínhamos que conviver com a incerteza porque o dinheiro era curto. Até hoje isso é possível, mas antes o fantasma era mais presente. Sofria junto com a entidade.”
Quanto à aposentadoria, ela diz que está nos seus planos. “Pretendo me aposentar no final da gestão de Helena Nader, atual presidente da entidade”, finaliza.
(Vivian Costa)