O Brasil tem dificuldades de transformar conhecimento em produtos para o mercado. E apesar da atualização da legislação com a Emenda Constitucional (EC) 85 de 2015, a Lei do Bem e outros marcos, o País não conseguiu dar o passo seguinte: a produção de projetos compartilhados entre academia e indústria.
A análise é do sociólogo Fabricio Neves, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), pesquisador de políticas científicas. E coincide com a do engenheiro químico e dirigente do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski. Ambos, Neves e Wongtschowski, estudam e pesquisam a política científica brasileira e mundial, porém de pontos de vista diferentes: da academia e da indústria.
O sociólogo e o empresário analisaram a questão no contexto da reportagem de capa da nova edição do Jornal da Ciência especial sobre as articulações políticas em torno da regulamentação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI).
Neves defende uma maior aproximação das indústrias com as universidades que, para ele, ainda estão distantes dos grandes anseios da população brasileira, encasteladas dentro de um ambiente que não reverbera parte da agenda pública para CT&I.
Na visão de Wongtschowski, enquanto o setor empresarial se esforça para aumentar o nível de inovação, a ciência brasileira tem muitas áreas de excelência, mas tem recebido apoio insuficiente do governo. “Uma das iniciativas mais notáveis nesta direção foi a criação, pela CNI, da Mobilização Empresarial pela Inovação, que tem atuado fortemente para aumento das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no país”, afirmou o empresário em entrevista por e-mail ao Jornal da Ciência.
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Janes Rocha – Jornal da Ciência