Nova edição do Jornal da Ciência impresso traz exemplos de políticas, práticas e incentivos que buscam aproximar a pesquisa e a indústria no Brasil
A cooperação entre empresas e a universidades facilita a produção de conhecimento e a sua transformação em novas tecnologias produtivas, contribuindo para a competitividade empresarial em um mundo globalizado. Em virtude da relevância do assunto, o Jornal da Ciência traz nesta edição exemplos de práticas e incentivos, que buscam facilitar essa relação.
Um dos incentivos é a Lei do Bem, que apesar do avanço das empresas que a utilizam, é ainda baixo o número das companhias que investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) com os incentivos fiscais da legislação. A lei completou em junho 10 anos de operação. Para o secretário nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Álvaro Prata, a ideia é ampliar a adesão à Lei.
O Relatório Anual de Incentivos Fiscais de 2014, o mais recente disponibilizado pelo MCTIC, mostra que o número de empresas que utilizam os incentivos cresceu quase 12 vezes nessa década. Mas existem ainda 40 mil empresas que também poderiam utilizar os incentivos. Por isso a necessidade de o Governo exercer um papel mais efetivo na articulação desses atores e definir claramente as medidas específicas identificadas para o incentivo à inovação.
O artigo desta edição, escrito pelo professor titular da FEA e vice-diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski, trata dessa relação tênue e aponta que “entre as numerosas formas novas de interação universidade-empresa sobressaem as que estão abrangidas pelo ‘empreendedorismo inovador’”. Com isso, a universidade passa a assumir o papel adicional de gerar novas firmas, assim potencializando a conversão de conhecimento em desenvolvimento econômico.
Para mostrar um pouco deste papel, trazemos uma matéria sobre o Inpa, que hoje tem 72 pedidos de patentes, dos quais oito já concedidas junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), além de alguns sucessos de empresas de sua Incubadora.
De olho neste nicho, complementamos com um texto onde mostramos o número de empresas que recebem investimentos de fundos como o venture capital no Brasil. O capital disponível para investimento no País cresceu 35,4% de 2013 para 2014, o que representou um salto de R$ 27,2 bilhões para R$ 36,8 bilhões.
Esse novo contexto exige que as universidades legitimem a inovação e o empreendedorismo como parte de sua missão. E este é um aspecto que também precisa ser avaliado. Cinco organizações estudantis criaram o Índice das Universidades Empreendedoras do Brasil, a fim de mostrar as instituições de ensino superior que mais estimulam o empreendedorismo no País. O estudo perguntou a 4 mil universitários brasileiros o que é uma universidade empreendedora e identificou critérios para avaliar as instituições que se enquadram melhor nesse perfil empreendedor e inovativo. A primeira colocada no ranking é a USP, seguida pela Unicamp, PUC-Rio, UFSCar, Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Na seção de entrevista, Solange Corder, professora colaboradora do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp e consultora de inovação em agências como CNI, CGEE e BID, faz um panorama dos recursos e leis de incentivo à inovação no País e conclui que CT&I não tem sido prioridade do governo.
Para ela, o modelo de financiamento à PD&I está esgotado e o quadro econômico e político atual motiva a busca por alternativas.
Ainda nesta edição, apresentamos o cartaz da 69ª Reunião Anual da SBPC, que será realizada de 16 a 22 de julho de 2017, na UFMG, com o tema “Inovação – Diversidade – Transformações”. Na próxima edição contaremos mais sobre os preparativos.
A edição completa está disponível em PDF neste link.
Jornal da Ciência