O ministro Gilberto Kassab afirmou nessa quinta-feira, 3, que foram conseguidos os recursos para cobrir as despesas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) referentes ao pagamento das bolsas de estudos de setembro. Ele participou de uma reunião organizada pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), com a presença de secretários de ciência e tecnologia de todo o País. O presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, esteve presente a convite do Consecti.

No encontro, a SBPC e o Consecti cobraram do ministro uma resposta sobre a situação do CNPq, mencionada na carta enviada a ele pela SBPC e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), na última segunda-feira, 31 de julho, que pedia  “máximo empenho” para a liberação de recursos, da ordem de 570 milhões de reais ao CNPq ainda em 2017 para o cumprimento de seus compromissos, inclusive referentes ao pagamento de bolsas.

O ministro e o secretário-executivo garantiram o pagamento até setembro e declararam que estão otimistas que conseguirão os recursos necessários para manter o pagamento das bolsas até o fim do ano, uma questão prioritária para o MCTIC, segundo eles.

A presidente do Consecti, Francilene Garcia, conta que foi discutida na reunião a gravidade da situação do CNPq, que afeta mais de 100 mil pesquisadores bolsistas do País. “O ministro mostrou confiança que a situação será resolvida, mas somente até o próximo mês. Nós insistimos que queremos a segurança da continuidade dos recursos e pagamentos dessas bolsas”, declarou.

Segundo Moreira, a resposta dada pelo Ministério contempla apenas uma pequena parte do que foi cobrado pelas entidades, e dará um fôlego ao CNPq até outubro, mas a preocupação permanece quanto aos recursos necessários para o restante do ano.

“Cobramos uma resposta mais clara do governo. A liberação anunciada não satisfaz, e só garante mais um mês de pagamento bolsas. A questão do orçamento do CNPq para 2018 é igualmente crítica: o orçamento delineado para o próximo ano está muito aquém do necessário para o funcionamento do CNPq, e a previsão é que a verba seja suficiente apenas até julho”, comenta Moreira.

Daniela Klebis – Jornal da Ciência