Nas comemorações do centenário do modernismo brasileiro, é imprescindível pensar nas manifestações artísticas para além do circuito São Paulo — Rio de Janeiro. Nesse contexto, Minas Gerais marcou importante lugar no projeto de modernidade brasileira. Esse é o tema do artigo especial da nova edição da revista Ciência & Cultura: A semana de Arte Moderna e o Século Modernista — Extensões.
Criações relacionadas ao questionamento de padrões estéticos do romantismo, simbolismo, parnasianismo, críticas ao academicismo e o desejo de inovação do espaço literário nacional aconteciam, nos anos 1920, ainda que de modo incipiente, em cidades de diversas regiões brasileiras. Em Minas Gerais, rapazes pertencentes ao grupo Estrela, de Belo Horizonte, almejavam a reformulação do quadro literário do país, antes mesmo da Semana de 1922.
Nesse cenário, Mário de Andrade assume papel de destaque ao imprimir seu lugar nos diálogos entre a cultura mineira, a nacional e a cosmopolita. Em junho de 1919, o artista realiza sua primeira viagem a Minas Gerais com o intuito de conhecer cidades históricas. Essa viagem inaugural revela o diálogo entre o velho e o novo como importante face do processo criativo que iluminará os caminhos do projeto modernista. Dois anos após a Semana de Arte Moderna, Mário organiza uma “caravana paulista” a Minas, em uma “viagem de descoberta do Brasil”. Da caravana, participam Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, D. Olívia Guedes Penteado, René Thiollier e Godofredo da Silva Telles
“A partir da viagem a Minas amplia-se a noção de moderno que deixa de ser ligado apenas a ruptura. A modernidade passaria a ser pensada também a partir do movimento que retorna ao antigo. As ideias futuristas, as imagens do progresso, da máquina são deixadas um pouco de lado”, explica Roniere Menezes, professor da pós-graduação em Estudos de Linguagens, da graduação em Letras e do curso Técnico do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), em artigo para a revista.
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