O golpe militar de 1964, que contou com o apoio quase unânime das camadas dominantes e de setores da classe média, as invasões da polícia ao câmpus da Universidade de Brasília (UnB), com a prisão indiscriminada de professores e alunos considerados subversivos, e tantos outros episódios que marcaram a política nos anos 1960 e 1970, passando pelo movimento Diretas Já, até o impeachmant do presidente Fernando Collor de Mello, estão reunidos em uma publicação histórica, que será lançada no emblemático Anfiteatro 9 da Unb em 26 de junho, durante a 74ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) – será a quarta vez que a instituição sediará o evento. Paralelo ao lançamento, os organizadores tentam uma pauta no Cine Brasília para uma mostra de filmes sobre os “anos de chumbo” da UnB.
Organizado pela jornalista e pesquisadora Maria do Rosário Caetano, o livro UnB Anos 70 – Memórias do Movimento Estudantil (editora Alameda), conta com a colaboração de 100 egressos da universidade, como Arlindo Schnaglia, formado em medicina e deputado federal há sete mandatos, Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Arlete Sampaio, ex-vice governadora de Brasília, Érika Kokay, deputada federal, psicóloga e sindicalista, Augusto Carvalho, sociólogo e político, João Maia, economista e deputado federal, os jornalistas Davi Emerich e Tereza Cruvinel, e Júlio Gregório, professor e ex-secretário de Educação do GDF.
Ação entre amigos
UnB Anos 70, resume Maria do Rosário, é resultado de um mutirão de colegas, hoje sexagenários ou septuagenários, que não se viam desde as passeatas pelo câmpus, assembleias no Teatro de Arena, conferências da SBPC, aulas especiais nos anfiteatros do Minhocão ou, até, nos cárceres da Polícia Federal, força repressiva que manteve alguns deles presos por meses.
Veja o texto na íntegra: Correio Braziliense