As mudanças climáticas constituem um dos maiores desafios da humanidade. É urgente compreender como os ecossistemas brasileiros, a economia, a infraestrutura, as cadeias produtivas, a biodiversidade, a saúde, entre outros aspectos, estão sendo afetados por elas. Isso é o que aponta artigo nova edição da revista Ciência & Cultura, que tem como tema “Ciência e Vida”. A edição especial aborda as várias maneiras como a ciência e a tecnologia contribuem com diversos aspectos de nossa vida diária.
O Brasil é o sétimo maior emissor de gases de efeito estufa (GEE) do planeta, e o quarto em emissões per capita. Se por um lado o Brasil tem notáveis vantagens estratégicas para enfrentar estes desafios, como a possibilidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e potencial de geração de energia solar e eólica que nenhum outro país possui, por outro, também tem vulnerabilidades, como um agronegócio dependente do clima e a geração de hidroeletricidade dependente da chuva.
Para Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ciência não tem dúvidas quanto ao fato de que as mudanças climáticas estão gerando impactos significativos para o Brasil e para o planeta, seja com o aumento gradual de temperatura, ou de eventos climáticos extremos. “O observado aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos tem impactado sobremaneira nossa população, a economia, o funcionamento dos ecossistemas, a produção agrícola, a infraestrutura costeira, a disponibilidade de recursos hídricos, entre muitos outros efeitos.”
O pesquisador ainda aponta que, considerando as questões científicas, de governança, finanças, e novas tecnologias, podemos construir um futuro mais resiliente, sustentável e justo, preservando os serviços ecossistêmicos através de estratégias adequadas de adaptação e mitigação de emissões. “Precisamos construir uma socioeconomia mais justa e com menos desigualdades, com clima e meio ambiente integrados de modo sustentável às nossas atividades socioeconômicas”, defende.
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