Mudanças climáticas e incêndios florestais: implicações sobre a saúde

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura discute como impactos das mudanças climáticas exigem intervenções coordenadas para proteger a saúde pública e o meio ambiente no Brasil

WhatsApp Image 2024-08-20 at 09.40.39As mudanças climáticas estão intensificando eventos extremos no Brasil, como ondas de calor, secas e inundações, impactando diretamente a saúde pública e exacerbando doenças respiratórias, lesões e mortes. Isso é o que discute artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que traz como tema “Mudanças climáticas e a transversalidade do conhecimento”.

As populações vulneráveis, como idosos, crianças e comunidades de baixa renda, são as mais afetadas por esses eventos, que também alteram a transmissão de doenças transmitidas por vetores como dengue e chikungunya. “O desmatamento e as mudanças no uso do solo também estão facilitando a propagação de doenças zoonóticas, ao aproximar os humanos dos reservatórios de doenças na vida silvestre”, explicam Mariana Matera Veras, chefe responsável pelo Laboratório de Patologia Ambiental e Experimental (LIM05) do Hospital das Clínicas da USP, e Paulo Hilário Nascimento Saldiva, professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina USP.

Além disso, o desmatamento e os incêndios florestais, impulsionados pelo aquecimento global, estão aumentando a poluição do ar, contribuindo para doenças respiratórias e cardiovasculares. Um novo estudo revelou que a exposição à poluição causada por incêndios florestais está associada a um aumento significativo de internações hospitalares e mortalidade por câncer. Entre 2000 e 2016, cerca de 130 mil mortes no Brasil foram atribuídas à fumaça dessas queimadas.

A urgência de intervenções públicas para mitigar esses riscos é evidente. Estratégias de manejo de incêndios, aplicação rigorosa de regulamentações de desmatamento e políticas voltadas à redução de emissões de gases de efeito estufa são essenciais para proteger a saúde pública e a integridade ambiental no Brasil diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. “Políticas destinadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a resiliência em comunidades vulneráveis aos impactos climáticos são essenciais para a sustentabilidade ambiental e de saúde pública”, pontuam os autores.

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