Eunice Maria Fernandes Personini é uma mulher discreta. Mesmo quando sobe ao palco, move-se tão silenciosamente que consegue ser quase invisível.
No ano passado, porém, um forte feixe de luz foi lançado sobre ela. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) decidiu incluir seu nome nas homenagens que presta anualmente a cientistas ou pessoas relevantes à ciência. Há três décadas trabalhando como secretária dos presidentes da SBPC, Personini é considerada na instituição uma das pessoas essenciais ao seu funcionamento.
“Nunca, nem nos sonhos mais inusitados, sonhei que isso pudesse ocorrer, tanto mais que as homenagens são feitas a grandes cientistas e humanistas”, disse ela, na sala da presidência, em São Paulo. É ali que há décadas Personini tem ajudado a orquestrar uma teia complexa de pessoas e acontecimentos da maior entidade de ciência do país.
Nicinha, como é conhecida na SBPC, entrou para a instituição em 1974. Em 1988, já casada e com uma filha (a segunda viria mais tarde), tornou-se secretária e trabalhou com oito presidentes: a psicóloga e educadora Carolina Bori, o físico Ennio Candotti, o geógrafo Aziz Ab’Saber, o farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, a bioquímica Glaci Zancan, o matemático Marco Antonio Raupp, a biomédica Helena Nader e, agora, o físico Ildeu de Castro Moreira. Os presidentes da SBPC trabalham de forma voluntária, sem pró-labore.
“Eu conheci Nicinha em 1975. Ela arquiva em sua memória a história da SBPC”, disse Candotti, que presidiu a instituição de 1989 a 1993 e de 2003 a 2007. “E ela arquiva tudo silenciosamente, nos bastidores, pois nunca revelou a um presidente os segredos de seu antecessor. A SBPC lhe deve o grano salis da continuidade que seus presidentes por vezes se esqueceram de preservar.”
Leia na íntegra: Piauí