Na última quarta-feira (04), a historiadora e ambientalista Marina Silva assumiu a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, agora chamado Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Importante salientar a mudança de nome da pasta ministerial, que acompanha uma nova estruturação para repensar o impacto das mudanças climáticas no País. Vice-presidente da SBPC, Paulo Artaxo acompanhou a cerimônia de posse e afirmou que a reestruturação ministerial atende uma visão integrada das questões ambientais.
“A ministra anunciou medidas muito importantes. A primeira delas é que vai voltar a existir uma secretaria para cuidar do desmatamento e essa secretaria não vai cuidar o só do bioma amazônico, mas de todos os biomas brasileiros, incluindo o Cerrado e Pantanal. Isso se deve à mudança que houve desde o primeiro período em que ela foi ministra, [de 2003 a 2008], para hoje. Hoje, o desmatamento não se limita só à região amazônica, e afeta todos os biomas brasileiros. É necessário termos políticas específicas para cada bioma”, pontua.
Outro ponto elogiado por Artaxo é a criação de uma secretaria dedicada ao cuidado do meio ambiente urbano, já que cerca de 80% da população brasileira vive em cidades, o que exige políticas específicas para as áreas metropolitanas.
Para o vice-presidente da SBPC, a nova gestão tem como desafio reconstruir a área ambiental, que foi uma das mais atacadas no governo anterior, e que somente uma visão plural, apresentada na posse de Marina Silva, ajudará na reconstrução de um desenvolvimento do país consoante com a retomada ambiental.
“A ministra deixou claro que toda a política ambiental vai ser horizontal no novo governo. Então, na verdade, todos os ministérios vão fazer parte da nova política ambiental. Isso deve incluir Agricultura, Indústria e Comércio e assim por diante. O próprio ministro Geraldo Alckmin, [do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], esteve na posse e deixou muito claro que a política industrial brasileira vai mudar, no sentido de levar em conta os danos ambientais que possam ser advindos de suas atividades, e minimizar os impactos”, explica Artaxo.
O especialista conclui que são mudanças bem-vindas e que devem ser acompanhadas pela população. “São notícias muito positivas, agora a nação brasileira tem uma direção que preserva os nossos ecossistemas e que possa dar um futuro sustentável para a sociedade brasileira.”
Rafael Revadam – Jornal da Ciência