Sexta-feira à tarde, antes de o Carnaval começar, o professor Elisaldo Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), teve uma surpresa. Recebeu do carteiro um documento com o emblema do Tribunal de Justiça de São Paulo. Aos 87 anos – “quase 88”, como ele diz – o pesquisador estava sendo intimado a depor na delegacia. “Fiquei quase paralisado”, disse Carlini, por telefone, ao EL PAÍS. “Sem saber o que pensar”.
Carlini, um respeitado pesquisador brasileiro, que trabalha há mais de meio século com pesquisas sobre drogas, especialmente a maconha e suas propriedades medicinais, teve dificuldade em entender o que estava acontecendo. Mas, com muito esforço, já que sofre de um câncer na bexiga e outro na próstata e tem dificuldade em se locomover, se dirigiu à delegacia na data determinada, o último dia 21, com seu advogado, Cristiano Maronna, e mais um colega da Unifesp.
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