(Parte 1)
Universidades brasileiras, em busca da excelência
Falta de internacionalização mantém universidades brasileiras longe da elite mundial
Promover a internacionalização, valorizar o mérito, flexibilizar as regras e reduzir a burocracia. Essa é a receita básica que as universidades brasileiras precisam seguir se quiserem ficar mais parecidas com Harvard, Oxford, Stanford e outras instituições de ensino e pesquisa que aparecem no topo dos rankings internacionais, segundo especialistas ouvidos pelo Estado.
A falta de interatividade com o resto do mundo é apontada como um dos pontos mais fracos das instituições brasileiras, que reduz sua visibilidade e competitividade no cenário internacional.
“Se eu pudesse singularizar um item que precisa ser incentivado, é a internacionalização”, diz o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva. “É isso que vai trazer no seu bojo todo o resto.”
É comum universidades americanas e europeias ganharem prêmios Nobel com pesquisadores que foram recrutados de outros países ou outras instituições – que muitas vezes competem entre si para contratar os melhores cientistas, como times de futebol que brigam pela contratação de um craque. Quem recebe a láurea é o pesquisador, individualmente, não a universidade, mas o mérito se estende para as instituições. O Prêmio Nobel de Química deste ano é um bom exemplo: os três laureados são pesquisadores de universidades norte-americanas (Harvard, Stanford e Califórnia do Sul) que nasceram em outros países e passaram por outras instituições ao longo de sua carreira acadêmica.
Na academia brasileira, esse trânsito de cérebros entre instituições praticamente não existe. A barreira linguística e as regras do funcionalismo público tornam muito difícil atrair professores estrangeiros, ou até mesmo recrutar professores brasileiros de outras universidades. Mesmo um ganhador do Nobel, se quisesse se mudar para o País e virar professor da USP, por exemplo, teria de prestar concurso público em português e passar por um complicado processo de contratação, além de aceitar ganhar um salário igual ao de todos os outros.
“No Brasil, resolveu-se que um professor universitário deve ser tratado como um funcionário público qualquer. Nenhum país com universidades de ponta faz isso”, diz o físico Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “As limitações são muitas. Mesmo quando temos uma bolsa para trazer alguém como professor visitante, é difícil”, diz o pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidente da Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Conaes), Robert Verhine.
Segundo os especialistas, é preciso flexibilizar as regras e abrir as portas das universidades para estrangeiros – não obrigando-os a falar português, mas fomentando o uso do inglês entre os brasileiros, seja na sala de aula, nos laboratórios, ou nas chamadas de projetos e contratações.
“A língua é uma questão chave. As universidades asiáticas que estão em ascensão adotaram o inglês tanto para o ensino quanto para a pesquisa. É a língua universal de comunicação acadêmica, indispensável para universidades com uma visão global que queiram participar desse diálogo”, disse ao Estado Phil Baty, editor responsável pela formulação do ranking de melhores universidades do mundo do Times Higher Education (THE).
Essa, segundo ele, é uma das principais razões para o Brasil não ter nenhuma universidade entre as 200 melhores no ranking deste ano. A USP, que estava na posição 158 em 2012 caiu para o bloco de 226 a 250.
Especialistas brasileiros questionam a metodologia do ranking, mas concordam que as universidades brasileiras ainda precisam avançar muito para estar entre as melhores do mundo.
“A universidade é um ambiente onde a diversidade é fundamental. Melhora a formação dos alunos, melhora a qualidade das pesquisas, melhora tudo”, diz o físico Marcelo Knobel, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), única outra instituição brasileira que aparece nas listas do THE. No ranking geral, ela aparece entre as posições 301 e 350. No ranking das melhores universidades do mundo com menos de 50 anos, está em 28º.
Knobel, assim como os outros entrevistados, chama atenção para o fato de que as universidades brasileiras ainda são muito jovens (a USP, por exemplo, é de 1934, e a Unicamp, de 1966), e que isso, também, é uma diferença importante na comparação com as universidades mais tradicionais dos EUA e da Europa, que têm mais de um século de existência. “Começamos tarde e estamos avançando a passos largos”, avalia. “As coisas estão acontecendo.”
Burocracia. Além da questão linguística, a internacionalização terá de passar também, obrigatoriamente, pela solução de uma série de mazelas “domésticas” que os cientistas brasileiros enfrentam diariamente. Em especial, a burocracia — legal e institucional — e a morosidade do sistema público como um todo. Tudo é complicado. Tudo é demorado.
Além de aprender a língua local, um pesquisador estrangeiro que viesse trabalhar numa universidade brasileira teria de se acostumar, por exemplo, a preencher dezenas de formulários, pedir autorização para tudo, fazer licitações e esperar até seis meses para importar insumos básicos de laboratório que, nos Estados Unidos ou na Europa, são comprados facilmente via internet e levam poucos dias para chegar.
“Nossa burocracia é muito burra; ela emperra tudo. Não tem como ser competitivo desse jeito”, diz o médico Jorge Kalil, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Instituto Butantan. “Precisamos ser mais ágeis em tudo.”
“O ponto mais crítico é a inflexibilidade das universidades públicas”, avalia Verhine. “As universidades são vistas como uma repartição pública, cheias de regras inflexíveis para uso de recursos, contratações, demissões, etc. Deixamos de fazer muita coisa por conta disso.”
“As estaduais paulistas têm alguma autonomia; nas federais, não temos autonomia de nada”, diz a pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. “O Estado brasileiro não tem ciência da importância da universidade, nem da importância da ciência para o desenvolvimento do País. É um verdadeiro milagre termos conseguido chegar onde chegamos até agora.”
USP pode estar “superdimensionada” para uma universidade de ponta, diz reitor
Uma comparação, mesmo que superficial, entre as duas melhores universidades dos Estados Unidos e do Brasil no ranking do Times Higher Education revela diferenças substanciais entre as instituições.
Uma que salta aos olhos imediatamente é o tamanho. O Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), que está no topo do ranking há três anos, é uma escola privada de elite, extremamente seletiva, com pouco mais de 2 mil alunos, enquanto que a USP é um gigante público, com mais de 92 mil estudantes. A Unicamp, por sua vez, tem 41 mil alunos — o dobro de Harvard.
O reitor da USP, João Grandino Rodas, reconhece que a universidade pode estar “superdimensionada” para ser uma instituição de ponta. “Não advogo, de maneira nenhuma, que os números da USP sejam diminuídos, mas simplesmente que se deixe de criar novos cursos sem que se redimensione os antigos etc”, disse Rodas ao Estado (leia abaixo a íntegra da entrevista concedida por email).
“A USP já passou do tamanho”, diz o professor Jorge Kalil, da Faculdade de Medicina. “A universidade tem de expandir em qualidade, não em tamanho. Esse gigantismo não leva a nada se não houver qualidade.”
A pouca internacionalização e o baixo domínio do inglês voltam a ser problemáticos nesse caso, fazendo a universidade parecer muito menor do que realmente é no cenário internacional. “A USP produz mais doutores do que qualquer universidade dos Estados Unidos, com muita qualidade, só que ninguém sabe disso porque esses PhDs não estão circulando internacionalmente, não publicam trabalhos em inglês etc.”, diz o presidente da Conaes, Robert Verhine. “Nossa reputação no contexto internacional é limitada porque há pouca interação com parceiros internacionais.”
Planejamento estratégico. Vários especialistas defendem que o País priorize, por meio de um planejamento estratégico, o desenvolvimento de algumas universidades específicas, que demonstrem maior potencial para se tornarem referências internacionais, como fizeram China, Coréia do Sul, França, Alemanha e outros. “Nenhum país consegue fazer isso com todas as universidades”, diz Carlos Henrique de Brito Cruz, da Fapesp. Ele enfatiza que o planejamento tem de ser nacional, com a participação de todos os atores envolvidos, de todos os setores e esferas de governo, visando o desenvolvimento do País e não apenas das instituições ou de um ou outro Estado.
A China tem duas universidades entre as top 50 no ranking do Times Higher Education: as de Peking e Tsinghua. E não é por acaso, diz a presidente da SBPC, Helena Nader, “é por planejamento”.
“Nenhum país do mundo tem todas as suas universidades como universidades de pesquisa; algumas são escolhidas para fazer pesquisa e o resto do sistema se encarrega de outras funções”, diz Marcelo Knobel, da Unicamp. Ele cita o exemplo da Califórnia, em que as grandes universidades estaduais (como UC Berkeley e UCLA) são fortemente voltadas para pesquisa de ponta, enquanto que as universidades menores (os colleges) são mais focados no ensino. “Não é possível que todas as universidades públicas queiram ser universidades de pesquisa de classe mundial. É economicamente inviável; só pulveriza recursos”, avalia Knobel.
“Os dois tipos de instituição são importantes: as de ensino e as de pesquisa. O que não dá é querer que todas façam as duas coisas ao mesmo tempo”, avalia Nader.
Glaucius Oliva, presidente do CNPq, concorda que algumas universidades devem se sobressair. “Não dá para imaginar que vamos ter USPs espalhadas pelo Brasil inteiro”, afirma. Porém, ele acredita que a escolha dessas instituições não pode ser feita a priori. “Temos de dar o estímulo sem escolher quem vai ser estimulado”, diz. “Temos de criar um ambiente propício, oferecer os recursos, oferecer as ferramentas, e aqueles que estiverem dispostos a fazer uso delas é que vão se destacar.”
(Parte 2)
Universidades brasileiras, em busca da excelência
Produção científica aumenta de tamanho, mas seu impacto ainda é pequeno
Número de trabalhos publicados. A principal métrica usada pelas instituições de ensino e pesquisa do Brasil para demonstrar sua produção científica não aparece em nenhum lugar nos sites do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) ou da Universidade Harvard – primeira e segunda colocadas no ranking de melhores universidades do mundo do Times Higher Education (THE). Em vez disso, elas contam sua produção em número de prêmios Nobel conquistados por seus pesquisadores: 32 e 47, respectivamente.
(OBS: Mesmo depois de ser procurada diretamente pela reportagem, a assessoria de comunicação da Caltech não soube informar o número de trabalhos publicados por ano pela universidade. Não é uma estatística mantida pela instituição.)
A ênfase em qualidade e a valorização do mérito são marcas registradas dessa elite acadêmica internacional, que precisam ser cultivadas também nas universidades brasileiras, caso elas queiram um dia figurar entre as melhores do mundo, segundo os especialistas ouvidos pelo Estado.
O impacto da produção científica é um dos critérios mais valorizados nos rankings internacionais para medir a excelência de uma instituição. E esse é mais um ponto fraco das universidades brasileiras — e da ciência brasileira como um todo, já que são as universidades as principais responsáveis por fazer pesquisa no País.
A produção científica nacional cresceu significativamente nos últimos 20 anos, graças principalmente à expansão e ao fortalecimento da pós-graduação nas universidades. Mas seu impacto na ciência mundial ainda é pequeno. Muitos trabalhos são publicados, inclusive em revistas internacionais de qualidade, mas são poucos os que trazem ideias ou resultados verdadeiramente impactantes, capazes de repercutir internacionalmente e influenciar os rumos da ciência como um todo.
No Brasil, a qualidade de um pesquisador é medida, tradicionalmente, pelo número de trabalhos publicados (uma avaliação puramente quantitativa); enquanto que nos EUA ela é medida pelo número de vezes que seus trabalhos são citados por outros cientistas ao redor do mundo (uma avaliação qualitativa de importância da pesquisa). Consequentemente, os cientistas acadêmicos brasileiros tendem a ser mais conservadores e fazer pesquisas de menor porte e menor risco, para garantir seu índice de publicações e manter o financiamento de seus laboratórios; enquanto que nos EUA incentiva-se fortemente a publicação de trabalhos de grande impacto, ainda que levem mais tempo e envolvam riscos muito maiores para serem produzidos.
Contexto histórico. Na avaliação do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, essa cultura científica brasileira tem raízes históricas. Nas décadas de 1970 e 1980, quando as universidades brasileiras ainda eram poucas e jovens — e a ciência brasileira, mais jovem ainda — o foco, realmente, era na produtividade, como forma de alavancar o desenvolvimento da ciência no País. “Naquela época, engajar os cientistas a fazer qualquer pesquisa já era bom, porque havia muito pouca ciência no País”, afirma. “Crescemos usando uma métrica de produção voltada para a quantidade; quem publicava dez trabalhos era melhor do que quem publicava zero ou dois.”
“Houve uma época em que a ciência do Brasil era invisível, e cobrar a publicação de artigos era importante”, observa, também, o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.
Agora que o País já tem uma comunidade científica bem estabelecida, produzindo com regularidade, o desafio passa a ser mais qualitativo, no sentido de aumentar a originalidade e a relevância dos trabalhos publicados. O CNPq, segundo Oliva, vem promovendo mudanças sistemáticas nos seus critérios de avaliação, de forma a privilegiar a qualidade na concessão de bolsas e recursos. “Mas isso demora a permear a comunidade como um todo”, avisa ele, notando que há cerca de 100 mil pesquisadores em atividade no País, e que a cultura da quantidade está fortemente enraizada nessa comunidade.
O mesmo acontece na Fapesp. Segundo Brito Cruz, há um esforço sistemático para que a seleção de projetos e pedidos de financiamento submetidos à fundação seja mais baseada em conteúdo e qualidade do que em quantidade. Mas o desafio é grande: “Depende de convencer 15 mil pareceristas de que eles precisam, de fato, ler alguns dos trabalhos que o pesquisador fez, e não só fazer uma consulta na Plataforma Lattes para ver quantos artigos ele publicou. Não preciso de um assessor para contar trabalhos. Queremos pareceres que falem de substância, não só de quantidade”, afirma o físico. “Financiamento não é prêmio por currículo bonito. A primeira pergunta que tem de ser feita é: Qual é a qualidade da ciência que essa pessoa está propondo? Se a ciência for boa, aí sim, você olha para o currículo.”
Um dos pontos-chave para melhorar a qualidade da ciência brasileira — e, consequentemente, a colocação das universidades brasileiras nos rankings internacionais –, segundo Brito Cruz, é “proteger o tempo do pesquisador”, que hoje perde muito tempo lidando com burocracias de todo o tipo. “Esse, claramente, é um dos maiores obstáculos. Qualquer coisa que tira o foco do pesquisador vai prejudicar o desenvolvimento da ciência”, diz. Nos Estados Unidos e na Europa, as universidades têm departamentos e equipes especificamente dedicadas a “esconder a burocracia do pesquisador”, o que não ocorre nas instituições brasileiras.
“Lá fora também tem burocracia, claro, mas não com o peso que nós temos de carregar aqui. Lá as universidades têm uma infraestrutura especialmente voltada para cuidar disso, o que facilita tudo”, diz a presidente da SBPC e pesquisadora da Unifesp, Helena Nader.
Carga pesada. Além da burocracia, há a responsabilidade de dar aulas, que também ocupa boa parte da agenda dos cientistas acadêmicos brasileiros. Nas universidades de ponta norte-americanas, há uma diferenciação clara entre as funções de professor e pesquisador. A carga horária de aulas é reduzida e os professores quase sempre contam com equipes de assistentes (em geral, alunos de pós-graduação) que se encarregam das funções mais rotineiras e burocráticas dos cursos, como correção de provas, organização de projetos e transmissão de conteúdo básico. Nas universidades públicas brasileiras, não existe essa diferenciação: os professores são obrigados a dar aula, independentemente de serem pesquisadores ou não.
É isso que desestimula pesquisadores como o brasileiro Gabriel Victora de voltar ao País. “O mais problemático no Brasil é que o pesquisador tem de usar muitos chapéus ao mesmo tempo: de cientista, de professor, orientador, gerente de laboratório, administrador de planilhas. Não há um suporte institucional nas universidades que te permita ser só pesquisador”, diz o gaúcho de 36 anos, que saiu do Brasil em 2006 para fazer doutorado em Nova York e nunca mais voltou. Passou cinco anos trabalhando num laboratório de ponta em imunologia da Universidade Rockefeller e, um ano e meio atrás, conquistou um dos espaços mais cobiçados na sua área de pesquisa: um laboratório próprio no Instituto Whitehead, em Cambridge, Massachusetts, um dos centros de maior excelência em pesquisa biomédica do planeta.
Ainda assim, ele diz que gostaria de voltar ao Brasil. “A maioria dos brasileiros que opta por ficar no exterior preferiria morar no Brasil”, diz Victora, filho de um renomado epidemiologista (Cesar Victora) da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O que o mantém longe da família e do país de origem são os mesmos fatores que mantém o Brasil longe das primeiras colocações na lista de melhores universidades do mundo: a burocracia, a morosidade, a inflexibilidade, a falta de infraestrutura técnica e apoio institucional — especialmente para pesquisadores em início de carreira, como ele. “No Brasil é muito difícil ser competitivo”, diz. “Não imagino competir com laboratórios de ponta no mundo, como estou competindo agora, tendo que dar 20 horas-aula por semana e sem o apoio das ‘facilities’ que temos aqui.” Numa universidade de pesquisa americana, segundo ele, uma carga horária de 4 horas-aula por semana “já é considerada alta”. No Instituto Whitehead, nem isso ele precisa fazer; está livre para ser pesquisador em tempo integral.
As “facilities” a que Victora se refere são laboratórios técnicos de apoio que prestam serviços a universidades e outros centros de pesquisa; por exemplo, nas áreas de sequenciamento de DNA e produção de animais transgênicos — duas ferramentas básicas de pesquisa biomédica que ele utiliza regularmente no laboratório. “Eu uso muitos camundongos transgênicos que nem conseguiria produzir no Brasil”, diz Victora, que estuda processos moleculares e celulares ligados ao sistema imunológico.
A dificuldade para obter reagentes — que no Brasil precisam ser importados — é outro problema. “No Brasil já tive de esperar seis meses para obter um reagente. Aqui, faço o pedido e recebo em três dias”, conta Victora. “Isso não só atrasa o avanço da ciência brasileira como tem um efeito qualitativo sobre ela. No Brasil eu tinha de ser muito mais conservador; só podia fazer projetos que eu sabia que iam dar certo, porque o risco de investir numa ideia que não desse certo era muito grande. Aqui eu tenho liberdade para ousar muito mais; posso ter três ideias por semana e testar cada uma delas, porque se não der certo, o prejuízo para a pesquisa será pequeno.”
Parte 1 – (Herton Escobar/O Estado de S. Paulo) – http://blogs.estadao.com.br/herton-escobar/universidades-brasileiras-em-busca-da-excelencia-parte-1/
Parte 2 – (Herton Escobar/O Estado de S. Paulo)- http://blogs.estadao.com.br/herton-escobar/universidades-brasileiras-em-busca-da-excelencia-parte-2/