“O presente nos oprime, mas o futuro nos pertence”, afirma a socióloga Fernanda Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), quando questionada sobre a situação atual da ciência no Brasil sob o governo de Jair Bolsonaro. “Temos cortes nos orçamentos destinados à ciência e tecnologia, às universidades. Enfrentamos o negacionismo em relação à ciência, as perseguições a cientistas, as dificuldades de acesso a dados estatísticos. Um quadro desalentador”, disse em entrevista à RBA.
Para se ter uma ideia, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agências financiadoras de pesquisas vinculadas ao ministérios da Educação (MEC) e Ciência e Tecnologia (MCTI), respectivamente, perderam aproximadamente 51% da verba para financiar pesquisas nos últimos dez anos. Isso atinge em cheio as universidades federais, que fazem a maior parte da ciência brasileira em seus programas de pós-graduação.
O Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a principal fonte de financiamento da pesquisa científica no país, tem represado R$ 2,7 bilhões. Antes de deixar o Ministério, o ministro astronauta Marcos Pontes anunciou com pompa que liberaria “quase R$ 1 bilhão”, o que, mesmo se ocorrer, fica aquém das necessidades. O governo também anunciou a recomposição do orçamento em pesquisa da ordem de R$ 6 bilhões, que foi visto com cautela pelos cientistas, que temem contingenciamento, a exemplo do que aconteceu nos últimos anos.
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