O tema era “vacinação já”, mas o impeachment foi lembrado em alguns discursos, durante evento organizado nesta quinta-feira (21) pela seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio de sua Comissão de Direitos Humanos. De forma menos ou mais velada, representantes de religiões criticaram a ação (ou omissão) do governo, ao mesmo tempo em que defendiam o direito à vida. Segundo o presidente da OAB-SP, Caio Augusto Silva dos Santos, mais de 400 entidades que aderiram a manifesto que critica a falta de um plano efetivo de vacinação e defende a democracia e o estado de direito.
O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, também criticou o ministro da Justiça, André Mendonça, por mandar investigar um advogado que fez declarações contra Bolsonaro. Para ele, o governo tem “dificuldade profunda” de separar público do privado, e o ministro “age como advogado do presidente da República”.
Responsabilidade por mortes
Santa Cruz afirmou que Jair Bolsonaro tem “parcela importante” de responsabilidade nas mortes em consequência da covid-19. Ele acusou o presidente de “esvaziar” o Ministério da Saúde. E chamou as ações do governo sobre vacinação de “Operação Brancaleone”, referência a um clássico filme italiano dos anos 1960.
Para o presidente da OAB, “não haveria um médico, com diploma, honrado”, que desempenhasse o papel de Eduardo Pazuello na pasta. O que demonstra, acrescentou, “falta de competência, de compromisso e de responsabilidade”. Ele também citou a crise humanitária no Amazonas, lembrando que na última segunda-feira (18) morreu o tesoureiro da OAB naquele estado, José Carlos Valim, devido a complicações da covid-19.
“Estamos clamando por uma campanha de vacinação. Já há 58 países vacinando na nossa frente, e nós não conseguimos vacinar nem os nossos médicos, os nossos idosos, e todos os dias perdemos amigos, familiares, colegas de trabalho.”
Veja o texto na íntegra: Rede Brasil Atual