Na audiência pública realizada nesta manhã na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a presidente da SBPC, Helena B. Nader, e o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, divulgaram um manifesto com o posicionamento da comunidade científica frente à iminência dos cortes no orçamento da Faperj
No manifesto, as entidades afirmam que com a redução proposta, as atividades de C,T&I do RJ estarão praticamente paralisadas durante pelo menos quatro anos: os três anos previstos na PEC 19/2016, mais um ano (2019) para que então novos projetos possam ser aprovados.
Um expressivo número de alunos de mestrado e de doutorado terá de suspender seus estudos, o que acarretará em prejuízos para as linhas de pesquisa atreladas aos cursos de pós-graduação das universidades e institutos de pesquisa sediados no Rio de Janeiro – além de provocar frustrações na carreira profissional desses jovens que perderão suas bolsas.
Ainda segundo o manifesto, o corte no orçamento da Faperj resultará em perdas para o segundo maior e melhor sistema de produção científica brasileiro. As instituições de ensino superior e pesquisa do RJ são responsáveis por 20% da pesquisa científica e tecnológica nacional e abrigam 22% dos cursos de pós-graduação com notas 6 e 7, máximas conferidas pela Capes-MEC.
Hoje o estado do Rio de Janeiro se recente financeiramente da redução das atividades da Petrobras, mas cabe lembrar que o sucesso comercial da empresa, inclusive a descoberta do pré-sal, deve ser creditado aos investimentos em P,D&I feitos desde a década de 1970.
A política de C,T&I Rio nos últimos anos levou o Estado a uma posição de destaque no cenário nacional, especialmente com a atração de centros internacionais de P&D. Cisco, Intel e Microsoft, dentre outras empresas, escolheram o Rio de Janeiro porque o Estado oferece infraestrutura de P&D compatível com os anseios de empresas globais. E a existência da Faperj está no epicentro dessa infraestrutura.
Veja o manifesto na íntegra aqui.
Fabíola de Oliveira/SBPC