Participe da campanha “Ciência, pra que Ciência?”

A campanha, que já recebeu mais de 90 vídeos, tem como objetivo chamar a atenção para o impacto que as pesquisas têm no desenvolvimento econômico e social do Brasil e como os cortes severos impostos pelo governo às duas principais agências de fomento do País – Capes e CNPq – impedem o desenvolvimento de estudos importantes para o Brasil, comprometem o futuro da ciência e dos cientistas e trazem prejuízos para toda a população

para-site-arte-ciencia-pra-que-cienciaA Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) criou em setembro a campanha “Ciência, pra que Ciência?”, para divulgar depoimentos em vídeo de estudantes e pesquisadores sobre a importância de seus trabalhos e como o financiamento público é vital para garantir o desenvolvimento e continuidade dessas pesquisas. A campanha já publicou mais de 90 vídeos em seu canal no YouTube e continua recebendo contribuições de todas as pessoas que têm histórias para compartilhar sobre como a ciência é importante para suas vidas.

Entre as pessoas que enviaram vídeos, está Thatyanne Nascimento, pesquisadora da PUC-PR, que estuda, com bolsa da Capes, um dos piores tipos de tumores sólidos pediátricos, o neuroblastoma. “Sem financiamento, a pesquisa não funciona. Não temos no Brasil uma autossuficiência para depender exclusivamente da inciativa privada. Sem as agências de fomentos nos financiando, perdemos nossa capacidade de concorrência, de busca por inovação e de desenvolvimento. Precisamos tratar a ciência como a nossa prioridade”, afirma em seu depoimento para a campanha #CiênciapraqueCiência

Tiago Falótico, biólogo e doutor em comportamento animal pela USP, estuda o comportamento de macacos-prego, para entender porque algumas populações selvagens usam ferramentas, enquanto outras não. Segundo conta em seu vídeo, essas informações permitem entender quais fatores poderiam ter atuado na história evolutiva dos seres humanos. “Durante toda minha carreira acadêmica, tive o suporte de agências de fomento públicas que permitiram que esses trabalhos fossem realizados. Todos os resultados foram publicados em revistas internacionais, algumas de altíssimo impacto, como a Nature. Sem o auxílio financeiro público, nenhuma dessas pesquisas brasileiras existiria. E um país sem pesquisa científica, é um país sem futuro”, diz.

John Fontenelle Araújo, neurocientista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), reforça o coro de que é necessário defender, e com urgência, a ciência brasileira. Em seu vídeo para a campanha #CiênciapraqueCiência, ele conta que quando começou a pesquisar a importância do sono para a saúde humana, ainda nos anos 80, este não era um tema importante para a medicina. “Foi a partir das nossas pesquisas e de outros laboratórios que hoje reconhecemos a importância do sono para nossa aprendizagem, que hoje existe a especialidade ‘medicina do sono’. Isso tudo foi graças às pesquisas desenvolvidas nas universidades federais, com a participação de alunos de iniciação científica e pós-graduação”, ressalta.

A SBPC convida todos os estudantes e pesquisadores, desde a iniciação científica até a pós-graduação, bolsistas e ex-bolsistas, profissionais de todas as áreas e todos os amigos da ciência a participar da campanha e compartilhar suas histórias, que serão amplamente divulgadas nas redes sociais da entidade. Basta gravar um breve vídeo, com duração de 30 segundos a um minuto, acessar este link, preencher um breve formulário e seguir as instruções para carregá-lo. O depoimento pode ser gravado em celular mesmo, em alta definição, com o aparelho na horizontal.

Envie seu vídeo para a campanha “Ciência, pra que Ciência?” aqui.

Jornal da Ciência