Plataforma Lattes: pioneirismo que se funde com a história da ciência nacional

Reportagem da nova edição da Ciência & Cultura aborda sistema que é referência internacional de documentação científica

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Prestes a completar um quarto de século de existência, a Plataforma Lattes se destaca como um dos principais pilares de informação sobre a produção científica no Brasil. Com mais de oito milhões de currículos registrados, abrangendo estudantes, técnicos e pesquisadores, este banco de dados não apenas organiza, mas também preserva de forma sistematizada mais de duas décadas de progresso científico nacional, com projeções internacionais. Isso é o que discute reportagem edição da Ciência & Cultura, que celebra o centenário de Cesar Lattes.

A história da Plataforma Lattes remonta à década de 1980, quando registros sobre pesquisadores e estudantes eram armazenados em arquivos físicos, gerando um desafio logístico diante do aumento exponencial de informações. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) percebeu a necessidade de uma nova abordagem e assim deu início ao que seria a Plataforma Lattes. Inicialmente, um Banco de Currículos nos anos 1980 deu o pontapé inicial, evoluindo para o formato eletrônico nos anos 1990, com a criação do Currículo Lattes em 1999, integrando todas as versões anteriores.

O modelo atual do Currículo Lattes, implementado em 1999, tornou-se um padrão nacional ao descrever em um único documento toda a trajetória científica e tecnológica de profissionais, desde a Iniciação Científica até a atuação profissional. Com mais de 41 mil grupos de pesquisa e 24 mil instituições cadastradas em 2019, a plataforma também abriga um vasto repositório de projetos financiados pelo CNPq. Essas informações são cruciais para o planejamento, gestão e formulação de políticas no cenário científico nacional, representando um patrimônio de conhecimento para o Brasil. “A Plataforma Lattes é considerada um patrimônio nacional de informação científica e acadêmica devido à sua ampla adoção e utilização no Brasil”, destaca Jesús Pascual Mena-Chalco, doutor em Ciência da Computação e pesquisador da Universidade Federal do ABC (UFABC).

O sucesso da Plataforma Lattes transcendeu fronteiras, sendo citado pela revista Nature em 2010 como “um exemplo poderoso de boas práticas” e um dos bancos de dados de pesquisadores mais limpos do mundo. Em 2024, cerca de 7% dos currículos cadastrados são de pesquisadores internacionais, demonstrando sua relevância global. No entanto, apesar de seus êxitos, a plataforma enfrenta desafios, como a necessidade de atualizações constantes e otimizações para facilitar o uso por parte dos pesquisadores. A colaboração entre o CNPq e a academia é vista como crucial para aprimorar a coleta de dados e enfrentar as demandas do cenário científico contemporâneo. “A plataforma serve como um exemplar e um paradigma sobre como as informações científicas podem ser centralizadas de maneira completa, o que não apenas facilita o acesso, mas também contribui para a visibilidade acadêmica nacional”, declara José Pitella, professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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https://revistacienciaecultura.org.br/?p=5579

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