A atitude do governo Bolsonaro contra o Fundo Amazônia é completamente irracional. O Fundo nasceu porque o Brasil convenceu o mundo de que merecia compensação quando consegue reduzir o desmatamento O dinheiro é doado. O grande beneficiário é o próprio setor público. O Comitê Orientador tinha representantes de todos os estados amazônicos, de empresários, cientistas e ambientalistas. Era plural. O governo acabou com o comitê, brigou com os doadores e está rasgando dinheiro. Por isso digo que é irracional.
A Noruega suspendeu um repasse de R$ 133 milhões para o Fundo Amazônia, que apoia projetos de preservação da floresta. A Alemanha já havia suspendido o envio de R$ 155 milhões.
O Fundo ainda existe, mas caminha para o seu fim porque deteriorou-se a relação do governo com os principais financiadores dos projetos. Alemanha e Noruega repassaram 94% dos R$ 3,4 bilhões aplicados lá.
O Fundo Amazônia nasceu em 2008, levando-se em conta o que o Brasil dizia nas negociações internacionais. Foi o Brasil que convenceu o mundo a recompensar pelo desmatamento evitado. Antes, a recompensa era por área replantada. O Brasil explicava que se esforça para evitar o desmatamento e por isso emite menos gases que provocam o efeito estufa. Era preciso recompensar. O país levantou a questão e ganhou. O dinheiro do Fundo Amazônia vai, majoritariamente, para projetos dos estados da região.
Veja o texto na íntegra: O Globo