Tags:

Coração artificial pediátrico vence Prêmio Péter Murányi 2015

Um coração artificial pediátrico, desenvolvido no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, foi contemplado com o Prêmio Péter Murányi 2015 – Desenvolvimento Científico & Tecnológico. Coordenada pela bióloga Idágene Aparecida Cestare, a pesquisa concorreu com outros 105 trabalhos inscritos. Foi escolhida entre três finalistas por um júri composto por 25 integrantes, que se reuniu na tarde da última quarta-feira (11/02), na Sala do Conselho do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo. O prêmio será no valor de R$ 200 mil.
Coordenado por uma pesquisadora do InCor, dispositivo dará maior sobrevida às crianças na fila de espera do transplante do órgão
Um coração artificial pediátrico, desenvolvido no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, foi contemplado com o Prêmio Péter Murányi 2015 – Desenvolvimento Científico & Tecnológico. Coordenada pela bióloga Idágene Aparecida Cestare, a pesquisa concorreu com outros 105 trabalhos inscritos. Foi escolhida entre três finalistas por um júri composto por 25 integrantes, que se reuniu na tarde da última quarta-feira (11/02), na Sala do Conselho do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo. O prêmio será no valor de R$ 200 mil.
O Prêmio Péter Murányi, que está em sua 14ª edição, tem o objetivo de valorizar o trabalho de pesquisadores e instituições que se destaquem por suas descobertas inovadoras voltadas para o bem-estar social das populações em desenvolvimento. Concedido anualmente desde 2002, o Prêmio contempla de modo alternado quatro áreas: saúde, educação, alimentação e desenvolvimento científico e tecnológico. Desde que foi instituído, já foram concedidos R$ 2 milhões em prêmios. 
Esta é a primeira vez que o InCor sai vencedor. Os outros dois finalistas são da Universidade Federal de Brasília (UnB), com uma pesquisa para a aplicação dos resíduos de construção e demolição em misturas asfálticas, e do Instituto Butantan, com uma nova vacina contra a coqueluche.
“É um sensação maravilhosa ter o reconhecimento da Fundação Péter Murányi sobre a importância deste trabalho”, comemorou a pesquisadora, que é especialista em bioengenharia. “Nossa expectativa agora é dar continuidade à pesquisa para obtermos mais avanços”, afirmou ela, contando que o InCor já se associou a outros dois hospitais para avaliar o dispositivo clinicamente. 
Segundo Regina Pekelmann Markus, secretária geral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e integrante do júri, o projeto venceu pela sua excelência. Ela lembrou que a estrutura do InCor, que possibilitou desenvolver a tecnologia, teve um peso grande para alcançar esta excelência. Também elogiou a iniciativa da premiação, “que tem critérios excelentes e muito bem qualificados”. “Além disso, o júri era bem diverso, o que possibilitou a formação de um consenso a partir de ideias diferentes.”
Inovação 
O projeto vencedor é um dispositivo de assistência ventricular constituído de uma bomba e um console de acionamento, instalado fora do corpo, que funciona como um coração natural, ajudando no bombeamento do sangue.  O projeto está na fase final do estágio pré-clínico. Já foram feitos testes de segurança e eficácia em bancada e em animais. O próximo passo será os testes clínicos, feitos em seres humanos. 
Quando chegar ao mercado, o dispositivo ajudará a aumentar a sobrevida de crianças que esperam por um transplante de coração. Também auxiliará na recuperação pós-operatória de cirurgias de correção de má-formação cardíaca, entre outros procedimentos complexos em cardiopediatria. Um dos objetivos do projeto é desenvolver um dispositivo com custo compatível com a política de ressarcimento do Sistema único de Saúde (SUS), e que opere dentro dos padrões internacionais de desempenho. Já existem corações artificiais importados deste gênero, mas são caros e inacessíveis à maior parte da população. 
Processo de seleção 
A Comissão Técnica e Científica, responsável pela seleção dos trabalhos finalistas, foi liderada por quatro renomados cientistas: Arnaldo Lopes Colombo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Carlos Alberto Labate, da Universidade de São Paulo (USP); José Fernando Perez, diretor presidente da Recepta Biophama; e o professor da Unicamp, Fernando Galembeck, também diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia.
Dos 106 trabalhos inscritos, 35 foram submetidos a pareceres de analistas ad hoc antes da escolha dos finalistas. “Procuramos seguir as orientações e diretrizes colocadas pela Fundação Péter Murányi para avaliar e selecionar os finalistas”, destaca Galembeck. “Uma das características presentes nos três projetos selecionados é a existência de uma rota de inovação bem clara. São pesquisas que têm um percurso definido até o mercado”, completa Perez. “Além disso, os projetos apresentam uma elevada qualidade técnica e científica e promovem o avanço do conhecimento, ao mesmo tempo em que apresentam impacto social, econômico e também ambiental”, ressalta Labate.
O júri que escolheu o vencedor entre os finalistas foi composto por representantes de órgãos de fomento à pesquisa, sociedades científicas, universidades, associações empresariais, entre outros, além dos conselheiros da Fundação Péter Murányi.
(Divulgação)