A preservação de registros históricos vem sofrendo transformações significativas com a digitalização. Antes armazenados fisicamente, documentos agora ocupam espaço virtual, facilitando o acesso e permitindo que não especialistas consultem arquivos antes restritos. Isso é o que discute reportagem da nova edição da revista Ciência & Cultura, que tem como tema “Ciência Aberta”.
A digitalização amplia as possibilidades de pesquisa, permitindo novas abordagens em larga escala. A digitalização também preserva acervos antigos em risco de deterioração. “A pesquisa que fazemos hoje e que faremos no futuro tem um perfil muito diferente do que foi feito no passado”, pontua Thiago Nicodemo, pesquisador e diretor do Arquivo Público do Estado de São Paulo. No entanto, em alguns casos, pode ser mais eficiente investir na conservação física. A perda de registros, como no caso dos documentos sobre o Holocausto destruídos por bombardeios e pela queima de provas, demonstra a fragilidade da preservação histórica.
A incompletude de arquivos é recorrente. Thiago Nicodemo cita a destruição de registros sobre a escravidão ordenada por Rui Barbosa, reforçando que a sobrevivência de documentos é resultado de esforços intencionais. O armazenamento digital também pode gerar distorções, já que plataformas privadas podem excluir conteúdos de determinados grupos sociais, criando representações parciais da realidade. A falta de metadados organizados e a obsolescência de formatos digitais são riscos adicionais.
Há ainda a necessidade de manutenção das infraestruturas de armazenamento para garantir o acesso futuro. A digitalização tem facilitado pesquisas e gerado resultados inovadores, permitindo novas análises e contribuindo para a formulação de políticas públicas. As disputas por memória se intensificaram na era digital, com a velocidade de circulação das informações impactando quais narrativas prevalecerão. A facilidade de produção e registro de dados digitais levanta o desafio de como armazenar e preservar essas informações para o futuro. “Uma informação tem que ser guardada porque contém um direito, é testemunha de alguém que sofreu uma violência ou deve alguma coisa”, enfatiza Thiago Nicodemo.
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https://revistacienciaecultura.org.br/?p=8050
Ciência & Cultura