Professoras da UnB são destaque em programação da SBPC para o 8 de março

Evento virtual irá discutir as várias dimensões das mulheres no contexto atual, dar-lhes maior visibilidade e, ao mesmo tempo, incentivá-las à carreira acadêmica

Para comemorar o Dia Internacional das Mulheres, em 8 de março, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizará uma jornada com 12 horas de atividades, que incluem mesas-redondas, painéis e conferências. A Universidade de Brasília participa da iniciativa representada por docentes vinculadas à entidade e de diferentes áreas do conhecimento. Toda a programação será transmitida pelo canal da SBPC no YouTube.

Segundo Fernanda Sobral, vice-presidente da entidade e professora emérita do Departamento de Sociologia da UnB, o objetivo do evento virtual é discutir as várias dimensões da mulher no contexto atual, dar maior visibilidade ao trabalho realizado por elas e, ao mesmo tempo, incentivar as mulheres a fazerem parte da carreira acadêmica. “Nós sabemos que elas precisam desse estímulo para entrarem na carreira acadêmica e de maior visibilidade.”

O evento se iniciará com a mesa-redonda intitulada 8 mulheres e a SBPC, que contará com a participação da secretária-executiva da SBPC, Eunice Personini, mais conhecida como Nicinha, e das sete mulheres que fazem parte da diretoria da entidade falando sobre suas carreiras e atuação na SBPC – entre elas, Fernanda Sobral e a professora do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências da Saúde (FAR/FS) Laila Espíndola. Durante a atividade, Nicinha falará sobre as três mulheres presidentes da SBPC — Carolina Bori, Glaci Zancan e Helena Nader —, em seus mandatos. O evento será encerrado das 19h às 20h com o lançamento do Grupo de Trabalho da SBPC — Mulheres Cientistas (GTMC-SBPC), coordenado por Vanderlan Bolzani.

Sobral estará, ainda, em outras duas atividades ao longo da programação: a mesa-redonda A importância de uma Política dirigida para Mulheres na Ciência e Tecnologia, às 10h, e o Bate-Papo Meninas nas Ciências: Premiadas no Prêmio Carolina Bori 2021, às 14h, no qual será a mediadora. O Conhecimento dos Povos e das Comunidades Tradicionais será discutido em mesa, às 13h, com mediação de Laila Espíndola.

A professora da UnB também contribui na interlocução da conferência Uma trajetória de vida centrada no prazer da linguagem: motivações e inspirações, foco e trabalho, às 15h10, e do debate Ciência e Dança, às 16h, que terá presença da médica reumatologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas e bailarina Licia Mota. Do Departamento de Matemática, Jaqueline Mesquita é convidada da atividade, às 17h, Mulheres na ciência STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática.

REFERÊNCIA EM EQUIDADE – Miriam Grossi, diretora da SBPC, ressalta que a gestão atual da entidade quer, através de ações como a Jornada, mostrar (e inspirar) a outras sociedades que a entidade tem um profundo engajamento com a equidade de gênero no campo da ciência. “Nossa diretoria é composta por sete mulheres e acreditamos que as questões de gênero na ciência e que a presença e a valorização das mulheres na ciência são fundamentais nesse momento político atual. As mulheres são mais da metade das cientistas brasileiras, mas elas ainda estão à margem dos espaços de poder no campo associativo e de gestão da ciência”, explica.

O 8 de março foi oficializado em 1975 pela ONU como o Dia Internacional das Mulheres e, segundo Grossi, há controvérsias sobre a origem, mas que, independentemente disso, a data é um dia de mobilização. “8 de março sempre foi um dia de luta e nós mulheres cientistas e a SBPC estamos junta em diversas batalhas, como por exemplo, por mais recursos e valorização da ciência e pelo aumento das bolsas para mestrado, doutorado e pós-doutorado, que são fundamentais para a formação das novas gerações de cientistas no Brasil. A maternidade é outra questão central a ser debatida, já que ela precisa ser reconhecida como um fator de influência na carreira. E isso é parte da vida social, por isso precisamos criar condições para o bem-estar das pesquisadoras mães, dar condições de apoio”, explica.

Laila Espíndola, diretora da SBPC, chama a atenção de que ainda há poucas mulheres e mães à frente de cargos-chaves em instituições de ensino e pesquisa, em empresas e na política. “Mesmo que as mulheres representem a maior parte de cientistas no Brasil de hoje, quanto mais alto na hierarquia, mais prevalece a presença masculina. Mulher precisa ocupar posições. O mundo, para ser melhor, precisa de equidade de gênero em todos os lugares. A diversidade em todas as suas formas é que faz a beleza do mundo. A diversidade reunida às ‘heranças’ pessoais de cada um é que encanta e inspira os diálogos que levam as descobertas e ao desenvolvimento da ciência”, comenta ao explicar a motivação do tema para a Jornada.

Espíndola salienta, ainda, que cada Dia Internacional das Mulheres representa uma ótima oportunidade, certamente política, de debater as reivindicações por igualdade de direitos e oportunidades. “O sistema de ideias enraizado e vigente nas culturas mundo afora é uma mentalidade para relegar as mulheres a uma posição secundária. Aliás, a situação é ainda mais grave, quando assistimos o sistema justificar a agressão contra mulheres, em suas diferentes formas físicas e psicológicas”, comenta.

UnB 60 ANOS – Em 2022, além de participar em eventos promovidos pela entidade, a UnB prepara-se para receber 74ª Reunião Anual da SBPC. Com programação entre 24 e 30 de julho, o evento, cujo tema é Ciência, independência e soberania nacional, faz alusão ao ano que marca o bicentenário da Independência do Brasil e o centenário da Semana de Arte Moderna. Também marca as celebrações dos 60 anos da Universidade.

Aberta ao público, a reunião anual contará com atividades remotas e presencias – oferecidas nos quatro campi. O encontro está com submissões abertas para a Sessão de Pôsteres até 4 de abril; já as inscrições para participação sem o envio de trabalho podem ser feitas até 15 de julho.

Confira a programação preliminar da Jornada SBPC no Dia Internacional da Mulher – 8 de Março de 2022:

 

8h às 9h – Mesa de abertura 8 Mulheres e a SBPC – Mulheres na história da SBPC

Eunice Fernandes Personini – Nicinha

Mulheres da diretoria atual da SBPC

Fernanda Sobral (UnB)

Claudia Linhares Sales (UFC)

Miriam Grossi (UFSC)

Laila Salmen Espíndola (UnB)

Francilene Procópio Garcia (UFCG)

Marimélia Porcionatto (Unifesp)

Ana Tereza Vasconcelos (LNCC)

 

Da beleza molecular dos Produtos Naturais a Poesia nas Horas Vagas, tudo tem arte

Vanderlan Bolzani (IQ-Ar Unesp)

 

Apresentação musical

 

9h às 10h20 – Mesa-redonda Eu não ando só – Premiadas no Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher 2022

Mediadora: Miriam Grossi (UFSC/SBPC)

Gulnar Azevedo e Silva, epidemiologista (UERJ)

Beatriz Leonor Silveira Barbuy, astrônoma (USP)

Nilma Lino Gomes, educadora e antropóloga (UFMG)

Alice Rangel de Paiva Abreu, socióloga (UFRJ)

Helena Bonciani Nader, biomédica (Unifesp/SBPC/ABC – a confirmar)

 

10h20 às 10h30 – Apresentação artística

 

10h30 às 12h: Mesa-redonda A importância de uma Política dirigida para Mulheres na Ciência e Tecnologia

Mediação: CNPq

Deputada Celina Leão (PP/DF), coordenadora-geral da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados

Fernanda Sobral (UnB/SBPC)

Luciana Tatagiba (Rede Brasileira de Mulheres Cientistas)

Miriam Grossi (UFSC/SBPC/Conselho Deliberativo do CNPq)

Christiane Gonçalves Corrêa (MCTI – a confirmar)

 

12h às 13h: Apresentação artística

 

13h às 14h: Mesa-redonda Conhecimento dos Povos e das Comunidades Tradicionais

Mediadora – Laila Salmen Espíndola (UnB/SBPC)

Lucely Pyo, raizeira (Quilombo do Cedro em Mineiros, Goiás)

Claudia Sala de Pinho (coordenadora da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira e conselheira CNPCT/CGen)

 

14h-15h: Mesa-redonda Bate-Papo Meninas nas Ciências: Premiadas no Prêmio Carolina Bori 2021

Mediadora: Fernanda Sobral (UnB/SBPC)

Raquel Soares Bandeira – estudante da Enfermagem da UFMG

Nallanda Victoria dos Santos Martins – estudante de Fonoaudiologia da UFS

Julia Bondar – Spring Health, Nova Iorque

Nayara Stefanie Mandarino Silva – mestrado em Letras na UFPR

 

15h às 15h10 – Apresentação artística

 

15h10 às 16h – Conferência Uma trajetória de vida centrada no prazer da linguagem: motivações e inspirações, foco e trabalho

Mediadora: Laila Salmen Espíndola (UnB/SBPC)

Maria Helena Moura Neves, linguista, especialista em gramática, a partir da experiência grega da linguagem, Unesp e UPM – vencedora da primeira edição do Prêmio Ester Sabino, Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo

 

16h às 17h – Mesa-redonda Ciência e Dança

Mediadora: Laila Salmen Espíndola (UnB/SBPC)

Licia H. Mota, médica e bailarina (UnB)

Alexandra Alencar, antropóloga e dançarina (UFSC)

 

17h às 17h50 – Mesa-redonda Mulheres na ciência STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática

Mediadora: Vanderlan Bolzani (IQ-Ar Unesp)

Jaqueline Godoy Mesquita (UnB/ABC/SBM)

Débora Menezes (UFSC/SBF)

 

17h50 às 18h – Apresentação artística

 

18h às 18h50 – Mesa-redonda O caminho na política: a mulher no Parlamento

Mediadora: Céli Pinto (UFRGS)

Participantes: Jandira Feghali (PCdoB – a confirmar)

Luiza Erundina (PSOL – a confirmar)

Maria do Rosário (PT – a confirmar)

Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM – a confirmar)

 

18h50 às 19h  Apresentação artística

 

19h às 20h – Lançamento do Grupo de Trabalho Mulheres Cientistas SBPC – GTMC-SBPC

Coordenadora: Vanderlan da Silva Bolzani (IQ-Ar Unesp)

Selma Maria Bezerra Jerônimo, médica e bióloga (UFRN)

Maria Teresa Fernandez Piedade, bióloga (Inpa)

Márcia Foster Mesko, química (UFPel)

Marilia Valli, química (USP-São Carlos)

Joana Maria Pedro – historiadora (UFSC)

 

19h50 às 20h – Apresentação musical

 

UnB Notícias – *Com informações do Jornal da Ciência/SBPC