SBPC Afro e Indígena traz a ancestralidade a evento científico

Parte da programação da 70ª Reunião Anual da SBPC, a atividade reúne pesquisadores, ativistas sociais, lideranças dos movimentos sociais, negro e indígena, nacionais e internacionais, para dialogar sobre questões étnico-raciais e fazer proposições relacionadas à temática e à troca de saberes científicos produzidos na academia e nas comunidades tradicionais, conforme explica a diretora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Ufal e coordenadora geral da SBPC Afro e Indígena, Lígia Ferreira

Com programação diversificada e composta por convidados locais, nacionais e internacionais, a SBPC Afro e Indígena traz para a programação da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) o enfoque nas discussões relacionadas aos povos negro e indígena. Mesas-redondas, conferências e oficinas são algumas das atividades oferecidas na programação, que também incluirá mostra de curtas-metragens, desfile de moda afro, relançamento de títulos, espaço infantil Erê, Ibeji e Curumim, e comemoração dos 36 anos do Neab-Ufal, com homenagens a ex-diretores.

O evento também conta com sessões especiais sobre questões quilombolas e indígenas, intervenções culturais com artistas negros e indígenas locais e o Etnoturismo na Serra, uma visita guiada à União Palmares. Destaca-se, ainda, o Colóquio Acadêmico de Estudantes Estrangeiros da Ufal, organizado pelo Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) e Núcleo de Estudantes Africanos de Alagoas (NEA-AL).

Para a diretora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Ufal e coordenadora geral da SBPC Afro e Indígena, Lígia Ferreira, a SBPC Afro e Indígena possui um valor político-social, cultural e científico de grande dimensão. “A programação reúne pesquisadores e pesquisadoras, ativistas sociais, lideranças dos movimentos sociais negro e indígena nacionais e internacionais para dialogar sobre questões étnico-raciais e fazer proposições relacionadas à temática e à troca de saberes científicos produzidos na academia e nas comunidades tradicionais”, explica.

Além das atividades em Maceió, no Campus A. C. Simões, as cidades de Arapiraca e Delmiro Gouveia contarão com programação própria. O objetivo é expandir as discussões para todo o Estado. A coordenadora da SBPC Afro e Indígena, em Delmiro Gouveia, Ana Cristina Santos, destaca o papel da Universidade Federal de Alagoas no processo. “No sertão alagoano existem várias comunidades quilombolas e indígenas, então, a presença desses grupos é bastante forte. A Ufal, Campus do Sertão, está em todo momento provocando essas discussões, e a presença da SBPC no campus durante esses dois dias as potencializará. Será um momento de socialização de pesquisas e de amadurecimento teórico não só para estudantes, mas para toda a sociedade”, ressalta.

Enquanto o coordenador da SBPC Afro e Indígena, em Arapiraca, Odair Moraes, comenta as perspectivas para o evento. “A expectativa é de que a SBPC traga para Alagoas, que é um dos estados com os piores indicadores sociais, a possibilidade de discussão, de movimento, de traçar uma nova concepção sob o enfoque da ciência mas também dos movimentos sociais. E no caso da SBPC Afro e Indígena, dos povos tradicionais que, a priori, são excluídos dos processos. A vinda da SBPC Afro e Indígena para os campi do interior traz a possibilidade de aprofundarmos as discussões da temática por todo o Estado, dando voz às comunidades além do meio acadêmico, valorizando principalmente a extensão universitária e os trabalhos desenvolvidos na região. Será um momento ímpar e bastante diverso”, destaca.

As atividades serão realizadas diariamente nos dias 23 e 24, em Arapiraca e Delmiro Gouveia, e no período de 23 a 28 de julho, em Maceió. Acompanhe o site da SBPC Afro e Indígena e fique por dentro de todos os detalhes.

Ufal