SBPC discute independência inconclusiva dos povos indígenas e negros no Brasil

Em entrevista ao Seu Jornal, da TVT, Renato Janine Ribeiro, presidente da entidade, afirma que o evento serve para alertar para o assassinato e a discriminação às populações

No dia 7 de setembro de 1822, o Brasil rompeu com Portugal e deixou de ser colônia, mas a elite brasileira não fez o trabalho completo ao não libertar indígenas e negros escravizados e nem desenvolver reparações políticas, econômicas e sociais. Foi e é uma independência inconclusa. Para debater esse tema, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizou o debate sobre os rumos, efeitos e consequências dessa independência para negros e indígenas, no dia 6 de setembro, como informa reportagem do Seu Jornal, da TVT.

Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, afirma que o evento serve para alertar para o assassinato e a discriminação dos povos indígenas e negros. “O Brasil tem de ter não só a soberania nacional, mas a soberania social. Nós ainda temos uma discriminação social muito grande, o que faz uma parte da população não tenha direitos, por coincidência ou não, a parte mais pobre. Então, nossa questão é: como podemos completar, concluir a independência do Brasil? Como podemos fazer que esse País seja realmente uma terra de livres irmãos, como diz um dos nossos hinos?”, questiona.

Para Dinamam Tuxá, coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o famoso grito de Independência dado por Dom Pedro I – “Independência ou morte”, reforça uma realidade ainda presente para as populações indígenas, a morte. “O genocídio indígena nunca foi cessado por governo algum”, afirma.

Segundo a reportagem, para mudar o cenário é preciso ações de reparação. Para indígenas e quilombolas, a demarcação de terras é fundamental, mas existem outras medidas necessárias.

Na opinião de Biko Rodrigues, coordenador-executivo da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), é necessário criar alternativas para fazer uma reparação histórica. “A cota de negros já é um processo, mas a gente precisa trabalhar políticas públicas de inclusão da população negra no mercado de trabalho, no crédito, na educação e na saúde”.

Veja a reportagem completa a partir de 1’50”: Seu Jornal/TVT