A SBPC e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgaram nesta segunda-feira, 17, um manifesto para alertar o Governo Federal, os Governos Estaduais e toda a sociedade, para as altas taxas de desmatamento do Cerrado, que ameaçam sua sobrevivência. Na nota, as entidades afirmam que é fundamental que as duas esferas de governos implementem políticas públicas que visem ampliar significativamente a área conservada em unidades de proteção integral e de uso sustentável, bem como os recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico do bioma. Pedem também que tais politicas visem à implantação do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), bem como da Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg).
“É imperioso que essas políticas sejam executadas de forma integrada. Para tanto, é fundamental que os recursos financeiros e técnicos sejam garantidos e que haja uma harmonia entre os entes governamentais, instituições de pesquisa e ensino, organizações da sociedade civil e iniciativa privada”, defendem a SBPC e a ABC na nota.
As entidades ressaltam a importância do Cerrado, onde nascem três das principais bacias hidrográficas, que abastecem de água grande parte do Brasil. “O Cerrado é a savana mais rica em espécies do mundo e a mais ameaçada pelas atividades antrópicas. Sua biodiversidade e os produtos que ela pode gerar em benefício da humanidade são ainda pouco conhecidos”, destacam.
Apesar da riqueza e importância, a SBPC e a ABC lamentam que o Cerrado esteja sofrendo com as mais altas taxas de desmatamento, que já dizimou metade de sua vegetação. O desflorestamento, somado a práticas “insustentáveis”, segundo alerta a nota, vêm causando a redução dos recursos hídricos e da biodiversidade, comprometendo a própria existência desse bioma.
“Isto compromete não apenas o uso futuro, mas também o uso presente pela população brasileira e pelas iniciativas econômicas vigentes. É vital para a sociedade brasileira que o uso atual do Cerrado não comprometa o futuro do Brasil”, defendem as instituições, ressaltando a importância dos governos Federal e Estaduais implementarem as políticas públicas propostas.
Veja a nota na íntegra aqui.
Jornal da Ciência