A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e as outras entidades que fazem parte da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br) entregaram, nesta quarta-feira (28/8), ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o abaixo-assinado com quase um milhão de assinaturas em defesa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). Lançado no dia 13 de agosto, o documento recebeu o apoio de mais de 100 entidades científicas de todo o País, além de personalidades de destaque em várias áreas.
Maia disse que tentará encontrar uma solução em curtíssimo prazo. A possibilidade mais viável proposta pelas entidades, um PLN específico com os 330 milhões de reais necessários para cobrir a questão das bolsas do CNPq até o final do ano, recebeu boa acolhida e o deputado se comprometeu a resolver a questão com o governo até sábado. “Não estou preocupado somente com o primeiro mês. Estou preocupado também com o futuro. O desafio é abrir espaço no orçamento para áreas que transformam o Brasil”, disse Maia aos participantes do encontro, que reuniu também diversos parlamentares de partidos variados.
“O abaixo-assinado é uma expressão clara do apoio de parcela significativa da população brasileira, em particular bolsistas, pesquisadores, professores, técnicos, gestores, profissionais liberais e de cidadãos e cidadãs que se importam com o futuro da Ciência e a Tecnologia, com o desenvolvimento do país e com sua soberania”, afirmou o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira.
“É fundamental que tenhamos recursos adequados também para o ano que vem, não só para bolsas mas também para as outras ações do CNPq, que sejam descontingenciados os recursos do FNDCT, bem como a manutenção e o bom funcionamento das agências, o CNPq, a Capes e a Finep”, reiterou Moreira. Segundo ele, há uma preocupação nas comunidades acadêmica e científica com notícias de que setores dentro do governo querem a extinção e/ou a fusão das principais agências de fomento, hoje responsáveis pelo financiamento à pesquisa, à pós-graduação e à inovação. “Essas agências são importantes para a ciência brasileira há décadas; acabar com elas ou fundi-las, em um momento crítico da economia, seria o equivalente a dar um tiro no pé. Não vamos aceitar isto”.
Vivian Costa, Jornal da Ciência