A independência do Brasil está atrelada à elevação da ciência ao status de política de estado, com percentuais orçamentários definidos na Constituição, defenderam cientistas participantes de debate da série “Contagem Regressiva para o Bicentenário: Rumos à Independência”, promovido na noite dessa segunda-feira (5) pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
“No Brasil a ciência não chegou ao lugar de política de estado. Por isso, o financiamento tem de ser definido na Constituição, para não ficar dependendo da vontade de cada governo. Os cortes no atual governo, negacionista e obscurantista, na ciência e educação, não estão nos debates eleitorais. Mas pelo menos falar mal da ciência tira votos, o que já é um avanço”, disse o neurocirurgião Paulo Niemeyer Soares Filho, da Academia Nacional de Medicina (ANM).
Ciência e educação para a independência
Para o médico, “só vamos conseguir nossa independência quando a ciência estiver em primeiro lugar”. E a ciência como prioridade, para ele, não pode prescindir de uma educação igualmente valorizada, para andar junto com a ciência. “Não tem como formar cientistas se não tiver educação de qualidade para todos”, disse.
Nessa perspectiva de país soberano e independente, a presidenta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nisia Trindade, falou sobre a importância da ciência brasileira consolidada pela covid-19. Em uma revisão da história dos institutos públicos de pesquisa, nos quais se destacam o Oswaldo Cruz, que mais tarde se tornaria Fundação, e o Butantan, de São Paulo, ela mostrou que essas entidades foram criadas em resposta a emergências sanitárias, como a peste bubônica. E que recentemente, durante a pandemia do novo coronavírus, tiveram destaque.
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