SBPC presente na reativação do Fundo Amazônia

Vice-presidente da SBPC, Paulo Artaxo relata a participação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência na reunião de reativação do Fundo Amazônia, realizada na última quarta-feira, 15 de fevereiro
artaxo - foto BNDES
Foto: BNDES

O Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) foi restabelecido, com encontro realizado nesta 4ª feira (15/2) na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O colegiado, responsável pela gestão dos recursos do Fundo Amazônia, foi extinto em abril de 2019 pelo governo anterior foi restabelecido pelo novo governo no 1º dia de seu mandato, em janeiro passado.

A SBPC tem como representantes no COFA a ecóloga Ima Célia Vieira, do Museu Paraense Emilio Goeldi e o físico Paulo Artaxo do Instituto de Física da USP e vice-presidente da SBPC. A retomada do COFA foi bastante celebrada pelas ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que participaram da reunião, juntamente com Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário. O presidente do BNDES, Aluísio Mercadante, e vários secretários executivos participaram do evento, como Luís Fernandes do MCTI.  Um dos destaques da reunião foi a definição da questão indígena como um dos focos da retomada do Fundo Amazônia. O primeiro alvo deve ser a Terra Yanomami, que hoje vive uma grave crise humanitária e de saúde pública. “Os Yanomami são apenas a ponta mais visível e dramática, mas há outras situações semelhantes pela Amazônia toda”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Outro destaque foi a sinalização de novos doadores para o Fundo Amazônia, com os governos de França, Espanha e Estados Unidos.

O Fundo Amazônia tem em caixa cerca de 3 bilhões de reais, e na reunião foi decidido abrir o primeiro edital de projetos nas próximas semanas, além de consultar os 14 projetos já analisados pelo BNDES, e cuja contratação foi suspensa pelo governo anterior. O Fundo Amazônia pode ser um importante indutor de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Ele nasceu para reduzir o desmatamento e emissões de gases de efeito estufa, mas todos os presentes salientaram que o Brasil precisa ir além de zerar o desmatamento, desenhando um caminho para o desenvolvimento sustentável da região, com redução das enormes desigualdades sociais e preservação das culturas dos povos originários. Será um grande desafio.