Cerca de 60 representantes de sociedades científicas de várias áreas do conhecimento e de todo o País reuniram-se virtualmente nessa terça-feira, 20 de agosto, com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) para discutir e definir estratégias de ações para ciência, tecnologia, inovação e educação.

Durante o encontro, Francilene Garcia, vice-presidente da SBPC e coordenadora da Subcomissão de Sistematização e Documentação da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e inovação (5ª CNCTI), realizada de 30 de julho a 1º de agosto em Brasília, fez uma avaliação prévia do evento e citou os próximos passos.

Para ela, o evento foi um sucesso, principalmente se observarem a intensa mobilização da sociedade, que há 14 anos não tinha esse fórum, esse espaço de debate político e técnico. “Essa 5ª Conferência aconteceu em um momento bastante desafiador, em linhas gerais, mas com um fluxo de ferramentas digitais que permitiu, obviamente, uma participação mais intensa da sociedade. Num primeiro momento, a equipe teve como esforço gerar, com suporte da empresa contratada para nos apoiar com recursos de inteligência artificial, dois e-books, cujos assuntos avançaram durante a 5ª CNCTI”, contou.

Garcia disse que desde 21 de agosto, a 5ª CNCTI entrou num segundo momento já que o prazo para que as entidades enviassem sugestões se encerrou no dia 20. Ela explicou ainda que a expectativa da coordenação agora é que em setembro saia o primeiro documento com as principais recomendações que emanaram de todas essas discussões para a composição das diretrizes do próximo plano de “Estratégia Nacional de CT&I (ENCTI)”. E o livro final deve sair entre o fim de outubro e começo de novembro.

Segundo Garcia, o objetivo da SBPC é que este livro sirva para formular um Plano Decenal de políticas na área de ciência, tecnologia e inovação. “A ideia do Sergio Rezende, secretário-geral da 5ª CNCTI, é que haja a entrega ao presidente Lula, ainda em 2024, da estratégia e do plano”, disse.

Garcia disse que a expectativa é que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) tenha até o final do ano o Plano Decenal, bem como o livro consolidado, para que sirvam de insumos ainda para a gestão dos próximos dois anos deste governo. “Vale lembrar que até o final do ano, a LOA (Lei Orçamentária Anual) já terá sido discutida e estes instrumentos serão importantes para serem colocados em vigor a partir do início de 2025”, concluiu.

No dia 20, a SBPC enviou uma carta para Luciana Santos, ministra da CT&I, com a sua proposta com os principais pontos sugeridos para a 5ª CNCTI. O documento foi subscrito por 46 sociedades afiliadas.

Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, disse que agora, passada a 5ª CNCTI, a comunidade deverá se mobilizar para assegurar os pontos levantados no evento façam parte da ENCTI. “Temos que cobrar, porque a Conferência não pode ser simplesmente uma fala. Ao mesmo tempo, acredito que as propostas mais progressistas podem encontrar resistência no Congresso”, avaliou.

Vivian Costa – Jornal da Ciência