A Secretaria Regional da SBPC no Rio Grande do Sul repudia a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), afirma o secretário regional Jose Vicente Tavares dos Santos. “Nós consideramos essa extinção uma destruição do patrimônio científico, de conhecimento e de competências profissionais. Acreditamos que essa decisão vai contra o desenvolvimento científico e tecnológico e, até mesmo, da própria sociedade, uma vez que a Fundação desenvolveu uma série de projetos junto à população. Repudiamos completamente essa atitude e esperamos que ela possa ser revista o mais breve possível”, disse.
A Fundação Zoobotânica era motivo de orgulho para o estado do Rio Grande do Sul e para o País. Desde 1972 prestava relevantes serviços à sociedade por meio de seus três órgãos: o Museu de Ciências Naturais, o Jardim Botânico e o Parque Zoológico. Por meio de seus órgãos executivos, a instituição desenvolvia pesquisas que subsidiam a conservação da biodiversidade e promovia a educação ambiental, desempenhando importante papel na gestão ambiental do Estado.
A extinção foi aprovada pela Assembleia Legislativa em dezembro de 2016, mas a Fundação só teve o encerramento das atividades publicado na última quinta-feira (11) no Diário Oficial do Estado. Pelo decreto, os servidores estáveis, legal ou judicialmente, passarão a integrar o quadro da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e poderão ser realocados para diferentes atividades. Os demais aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV).
Com o decreto, todos os dirigentes da FZB estão exonerados, com exceção do presidente, do diretor-administrativo e da diretora-executiva do Parque Zoológico. Os três vão permanecer no quadro para dar baixa nos últimos documentos da Fundação. O imóvel onde funciona a FZB também será mantido, já que é um prédio tombado que não pode ser vendido— o governo projeta, inclusive, uma reforma no prédio.
Para gerenciar os serviços que antes eram desempenhados pela FZB, a Secretaria do Ambiente criou um departamento focado nestas atividades. O serviço de pesquisa e de administração do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais será mantido. O Jardim Zoológico de Sapucaia do Sul, no entanto, será privatizado.
Vale lembrar que em setembro de 2015 a SBPC se manifestou contra a extinção da Fundação Zoobotânica por meio de carta ao governador José Ivo Sartori. Na época, a entidade solicitou que não fosse enviado ao Legislativo gaúcho projetos de lei que propunham a extinção da Fundação Zoobotânica, da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), e da Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs).
Jornal da Ciência
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