Segundo Marina Silva, é necessário 1,3 trilhão de dólares para que as políticas ambientais sejam devidamente implementadas

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima encerrou a programação da Pre-COP e defendeu um engajamento plural para que ocorram mudanças estruturais nas nações

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, encerrou a programação do evento Pre-COP, realizado nesta semana em Brasília, apontando a necessidade de um aporte global de recursos para as políticas ambientais. Em sua fala, Silva ressaltou diagnósticos de especialistas que ponderam o montante de 1,3 trilhão de dólares para que as políticas ambientais sejam implementadas globalmente.

marinasilva-encerramento“Eu tenho certeza que, com o apoio dos economistas, do Círculo de Finanças e de todas as manifestações que tivemos aqui, haveremos de traçar esse mapa do caminho para viabilizar os meios de implementação. Não existe como falar de COP da implementação se não tivermos os meios para isso. Os meios financeiros, os recursos humanos e também os recursos tecnológicos”, ponderou na sessão de encerramento, na última terça-feira (14/10).

A ministra também defendeu a importância de se fortalecer os meios de comunicação global, de modo que a pauta dos compromissos climáticos seja melhor difundida e engajada. Silva ainda afirmou que é o momento de o planeta mudar o sentido da sua dinâmica de produção. “Durante décadas extraímos os recursos que moveram o desenvolvimento econômico, agora é hora de inverter essa lógica.”

Em sua fala, a ministra afirmou que o combate à emergência climática passa por uma agenda de adaptação que tenha métricas, recursos e colaboração, para que se desenhe e entenda os problemas.

“Os esforços que temos pela frente não são de pequena monta, mas como todos sabemos, a parte mais difícil talvez a gente já tenha feito, que foi de tomar a decisão. Tomamos a decisão e agora vamos ter que fazer todos os esforços para que ela se concretize na prática, seja na agenda do financiamento, na agenda da adaptação e na agenda da mitigação.”

Silva encerrou a sua fala dizendo que o Governo Federal acredita que a COP30 terá bons retornos. “O Brasil tem total esperança de que seremos capazes de trilhar esses caminhos e essas novas maneiras de caminhar rumo a um novo ciclo de prosperidade. Um ciclo de prosperidade que não deixe ninguém para trás. E que sejamos capazes não apenas de adaptar, de mitigar, mas também de transformar, de transformar os modelos insustentáveis de desenvolvimento que nos trouxeram até essa crise [ambiental]”, concluiu.

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Rafael Revadam – Jornal da Ciência