“O Brasil seguirá como um país estagnado se não investir em pesquisa e desenvolvimento.” A sentença é resultado do debate “Contagem Regressiva para o Bicentenário: Rumos à Independência“. O evento foi realizado nesta semana, a partir de iniciativa da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Especialistas apresentaram um cenário desolador para o país, em que os próximos governantes precisarão reconstruir uma política industrial e de pesquisa, sob pena de afundar o Brasil ainda mais no subdesenvolvimento.
O professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Fernando Sarti, o físico da Unicamp Marcelo Knobel e o membro da comissão regional da SBPC de São Paulo Sávio Cavalcante discutiram o tema. A partir da exposição de dados, os especialistas argumentaram que “não há um processo de desindustrialização no mundo, ao contrário. O que mudou foi a forma de produzir, consumir e informar globalmente, e isso tem impacto direto em Pesquisa e Desenvolvimento. E o Brasil está ficando para trás.”
Sarti apontou que “a China tem a liderança absoluta como maior produtor global, tendo 4,4 bilhões de dólares em Valor Agregado Industrial em 2021. Atrás dela estão os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha. Mas se somarmos os valores dos três, eles não chegam no nível da China. E essas regiões representam mais de 80% de toda a produção de bens de média e alta intensidade tecnológica”. Enquanto isso, o Brasil ocupa a 15ª posição neste ranking. Já no campo da Competitividade Industrial (CIP), o Brasil caiu, em 30 anos, do 26º lugar para o 42º lugar.
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