Soraya Smaili fala sobre orçamento das universidades ao Jornal da Cultura

Durante a entrevista, a vice-presidente da SBPC defendeu que tanto a educação quanto a ciência poderiam ser retiradas do cálculo do arcabouço fiscal

Soraya Soubhi Smaili, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), concedeu entrevista ao Jornal da Cultura, da TV Cultura, no último sábado, 26 de setembro, abordando o baixo repasse previsto para universidades federais e agências de fomento à ciência e tecnologia. A reportagem destacou que o valor projetado pelo governo é 53% menor do que o destinado em 2014.

Com base nos dados do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2026, enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional, universidades e institutos federais, além de agências como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e instituições voltadas à inclusão, como o Instituto Benjamin Constant, deverão receber R$ 17,29 bilhões do governo federal.

A reportagem reforçou que áreas como ensino, pesquisa, assistência e extensão são fortemente dependentes dos recursos da Lei Orçamentária Anual (LOA). A escassez de financiamento impacta especialmente os investimentos em ciência e pesquisa, o que, segundo Smaili, evidencia a urgência de uma reformulação estrutural na forma como essas áreas são tratadas no orçamento público.

Durante a conversa, Smaili defendeu que tanto a educação quanto a ciência poderiam ser retiradas do cálculo do arcabouço fiscal. “Assim, teríamos recursos garantidos para os próximos anos para um maior investimento em ciência que é a base para o desenvolvimento científico e tecnológico do país”.

Segundo a matéria, um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra que a recuperação orçamentária do ensino superior nos últimos três anos tem sido lenta. A escassez de recursos compromete o funcionamento de instituições essenciais para a produção de conhecimento, geração de riqueza e formação do futuro do Brasil.

Mayra Goulart, coordenadora do Observatório do Conhecimento, afirmou que embora o atual governo tenha conseguido conter o processo de estrangulamento orçamentário, ainda não houve uma recomposição dos valores. “Hoje temos mais universidades, em regiões mais periféricas, e um número maior de estudantes de perfil popular, que demandam mais recursos para permanecer na universidade”, observou.

A repórter Luiza Moraes destacou que o valor reservado para as 69 universidades federais em 2026 (R$ 7,85 bilhões) representa uma queda de 45% em relação ao orçamento de 2014, quando o país contava com 59 instituições. O montante também é inferior ao previsto para 2025 (R$ 7,89 bilhões).

Veja a matéria completa a partir dos 33”33’: Jornal da Cultura/TV Cultura

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