Tentativa de golpe na Bolívia foi covardia, diz Renato Janine Ribeiro

Em entrevista ao “É Notícia”, presidente da SBPC e ex-ministro da Educação no governo Dilma comparou o ataque boliviano com os atos golpistas de 8 de janeiro

O ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, condenou a tentativa de golpe de estado na Bolívia que ocorreu na tarde de quarta-feira (26) e ainda comparou com os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

O professor titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) chamou o general Juan José Zúñiga, responsável pelo ato, de covarde. “Uma covardia espantosa ele [Zúñiga] não assumiu a responsabilidade. Você ter militares que deveriam ter a principal característica de quem escolhe a profissão das armas, que é a coragem, são covardes. Um acovardamento que vimos aqui também”, afirmou em entrevista ao “É Notícia”, desta quinta-feira (27).

Para Renato, a tentativa de golpe que ocorreu no Brasil causou a desmoralização das Forças Armadas, assim como na Ditadura Militar.

Os atos golpistas no Brasil realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, possuem aspectos fascistas, conforme explica o professor. “Existe um elemento fascista, ou de extrema-direita, existe no ponto da mobilização popular”.

Renato ainda destacou que o apoio de Bolsonaro é grande, no entanto, ele ressaltou que existiram fraudes nas candidaturas do ex-presidente nas últimas eleições. “Bolsonaro ganhou a eleição de 2018 e chegou perto em 2022, nos dois casos com fraude. Em 2018, impediram a candidatura do favorito, colocaram na cadeia e tudo. Em 2022, teve compra de votos, teve aprovação de emendas para distribuir dinheiro a rodo e ação da polícia rodoviária federal para impedir a votação de eleitores do nordeste”, opinou.

O especialista ainda pontuou que não há “Bolsonarismo” moderado, já que nenhum personagem bolsonarista é moderado, e citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. “Acho muito difícil, porque tem certos princípios aí que não são moderados, por exemplo, o princípio do assassinato de pobres, o fato que a polícia paulista invadiu comunidades e matou muita gente”, disse.

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