Teto de Gastos transforma direito à saúde em custos, denuncia especialista

Ganhadora do 3⁰ Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher na área de Biológica e Saúde, Gulnar Azevedo e Silva apresentou panorama da saúde pública na 74ª Reunião Anual da SBPC
Ganhadora do 3⁰ Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher na área de Biológica e Saúde, Gulnar Azevedo e Silva apresentou panorama da saúde pública na 74ª Reunião Anual da SBPC. Foto: Jardel Rodrigues/SBPC
Ganhadora do 3⁰ Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher na área de Biológica e Saúde, Gulnar Azevedo e Silva apresentou panorama da saúde pública na 74ª Reunião Anual da SBPC. Foto: Jardel Rodrigues/SBPC

Professora titular do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e vencedora do 3⁰ Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher na área de Biológica e Saúde, Gulnar Azevedo e Silva apresentou o panorama da saúde pública no País na última quarta-feira (27/07), durante a programação da 74ª Reunião Anual da SBPC.

Em sua fala, Gulnar afirmou que no passado, as pessoas mais pobres dependiam de caridade, por conta da ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas de saúde. Uma das grandes mudanças veio com o movimento em prol da Reforma Sanitária Brasileira, nascido na década de 1970 com as revoltas contra a ditadura militar. “Nesse momento, o direito à Saúde começou a ser visto como um direito inalienável.”

Azevedo e Silva destacou que o País sabe fazer programas de saúde pública, como o Mais Médicos e o SUS (Sistema Único de Saúde). “O Brasil precisa do SUS, é a maior política de inclusão do País”, ressaltou.

Para Gulnar, o grande problema vem do desmonte dos programas, algo em andamento nos últimos cinco anos, e citou a visão atual do Governo Federal, que coloca um direito universal como algo optativo, passível de cortes.

“É o que acontece com a PEC do Teto de Gastos. Porque o Teto de Gastos, na prática, é um atentado contra o direito à Saúde. Ele justifica gastos no setor quando, na realidade, esses gastos com saúde têm que ser prioridade”, denunciou.

Prêmio Carolina Bori destacará meninas na Ciência

Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader conduziu a conversa com Gulnar e pontuou que seu trabalho vai além de estudos acadêmicos.

“É uma honra ter aqui a presença da Gulnar, porque a atuação dela vai além do currículo. Trata-se do envolvimento social, o envolvimento em prol da sociedade. A Gulnar tem um trabalho muito importante com a juventude e, hoje, infelizmente, o jovem não está tão participativo na vida do País. Isso é algo preocupante.”

Vice-presidente da SBPC e uma das responsáveis pelo Prêmio Carolina Bori, Fernanda Sobral destacou que o evento foi um encontro das mulheres premiadas. “Está aqui a Helena Nader, qum ganhou a primeira edição, e a Gulnar, nossa última ganhadora.”

Sobral também antecipou que a próxima edição está em produção e novas informações serão disponibilizadas em breve. “O próximo tema será ‘Meninas na Ciência!”, revelou.

 Veja a fala completa de Gulnar Azevedo e Silva.

Rafael Revadam – Jornal da Ciência