Toma posse a nova diretoria da SBPC

Em seu discurso de posse, Ildeu de Castro Moreira, o novo presidente da SBPC, enfatizou a necessária união de toda a comunidade científica para enfrentar o grave momento político e econômico do País

A nova diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) tomou posse nessa quinta-feira, 20 de julho. Como presidente, foi eleito o físico Ildeu de Castro Moreira e como diretores: Vanderlan da Silva Bolzani e Carlos Roberto Jamil Cury (vice-presidentes), Paulo Roberto Petersen Hoffman (secretário-geral), Ana Maria Bonetti (primeira-secretária), Claudia Masini D’Avila-Levy (segunda secretária), Sidarta Ribeiro (terceiro secretário), Lucile Maria Floeter Winter (1ª tesoureira) e Roseli de Deus Lopes (2ª tesoureira). A cerimônia foi realizada durante a Assembleia Geral de Sócios da SBPC. Em seu discurso, o novo presidente da SBPC enfatizou a necessária união de toda a comunidade científica para enfrentar o grave momento político do País. “A SBPC deve ser um polo aglutinador nesse momento. A nossa mensagem é de esperança e luta pela educação e pela ciência e tecnologia. Vamos trabalhar juntos e nos mobilizar”, afirmou.

Além da diretoria, tomaram posse também os membros do Conselho e os secretários regionais. A lista completa pode ser acessada aqui.

O físico recebeu o cargo de Helena Nader, que esteve à frente da Sociedade por seis anos (três gestões) e recebeu várias homenagens na Assembleia Geral. Moreira disse que a nova Diretoria, o Conselho e os secretários regionais darão continuidade ao trabalho feito por seus antecessores. “A SBPC tem uma história que é exemplo de dedicação, de autonomia e de capacidade de atuar em prol da ciência, da tecnologia, da educação e do desenvolvimento social do País”, disse. Essa continuidade foi destacada como um dos pontos essenciais da nova gestão, em especial no que se refere à atuação permanente junto ao Congresso Nacional, a órgãos públicos e à sociedade. “É importante destacar também que a SBPC é uma entidade sem caráter político-partidário, como consta do Artigo I de seu estatuto”, esclareceu o novo presidente.

Mobilização

O professor considera importante uma atuação intensa das secretarias regionais da SBPC e uma interação forte com as associações científicas afiliadas, além do relacionamento com outras entidades – como a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), o Conselho Nacional para Secretários para Assuntos de Ciência e Inovação (Consecti), a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) -, bem como outros setores sociais. “Esse momento de engajamento de todos nós é fundamental. Temos que trabalhar de forma integrada para a superação do momento difícil que estamos vivendo no País”, afirmou.

Para o novo presidente da SBPC, o momento pelo qual o País está passando é muito grave, o que exige uma maior mobilização e participação da sociedade por inteiro. As ações políticas e de divulgação da SBPC devem ser reforçadas, como a Marcha pela Ciência no Brasil – à qual está incorporada a campanha Conhecimento Sem Cortes, que, inclusive, já instalou dois Tesourômetros, paineis que divulgam o quanto já foi cortado de recursos para a ciência e tecnologia.

Moreira encerrou seu discurso de posse, citando João Cabral de Melo Neto:

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.”

Com essa mensagem de esperança, o novo presidente conclamou uma interação maior de todos, “para que a gente possa tecer uma manhã mais democrática, menos desigual e na qual a ciência, a tecnologia e a educação possam contribuir ainda mais para o desenvolvimento econômico e social do País”.

Daniela Klebis e Mariana Mazza – Jornal da Ciência