O reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, designou uma comissão para organizar uma atividade pública para celebrar o Dia de Luta pela Democracia Brasileira. A convocação foi feita pela reitora Márcia Abrahão, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em resposta aos graves ataques à democracia brasileira nos últimos anos.
O dia 5 de outubro foi escolhido em referência a promulgação da Carta Magna de 1988, considerada a constituição cidadã, porque foi elaborada com intensa participação da sociedade civil organizada, após a mobilização para colocar fim à Ditadura Militar (1964-1985), restaurando o Estado Democrático de Direito. “Nesta data, nos somaremos a todas as universidades brasileiras para reafirmar nosso compromisso com a defesa da democracia e dos direitos humanos”, declarou Tonholo.
A Constituição de 1988 reconhece os direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade, à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à cultura, à informação e à participação política. Também estabelece um Estado Democrático de Direito, no qual o poder emana do povo e é exercido por representantes eleitos ou diretamente, garantindo a separação dos poderes, o que impede que um único Poder possa violar os direitos fundamentais dos cidadãos e cidadãs.
A atividade será às 10h, na Praça da Paz, em frente ao Centro de Educação, no Campus A.C. Simões, em Maceió, onde está o monumento aos alagoanos mortos e desaparecidos durante a Ditadura Militar: Jayme Miranda, Manoel Lisboa, Odijas Carvalho, Túlio Roberto Cardoso, Manoel Fiel Filho, José Gomes Teixeira, Luiz Almeida Araújo, Dalmo Guimarães e Gastone Beltrão. O Comitê Memória, Verdade e Justiça de Alagoas foi convidado para integrar essa celebração.
Dentre as vítimas da Ditadura Militar homenageadas no monumento da Praça da Paz, dois foram estudantes da Ufal: Gastone Beltrão iniciou os estudos na Faculdade de Economia, em 1968, foi militante na Juventude Estudantil Católica e, logo após, integrou a Ação Libertadora Nacional. Já Manoel Lisboa estudou na Faculdade de Medicina e, em 1966, fundou o Partido Comunista Revolucionário (PCR). Recentemente, em 4 de setembro, completou-se 50 anos do assassinato dele após intensas torturas. Foram realizadas homenagens em Recife e em São Paulo.
No Dia de Luta pela Democracia Brasileira, além das atividades realizadas em cada universidade, também haverá agenda nacional, promovida pela Andifes, no período da tarde, transmitida ao vivo nas redes sociais da entidade, “com a participação de professores, pesquisadores e estudantes de universidades federais, discutindo temas como a história da democracia brasileira, os desafios atuais para a democracia e o papel das universidades na defesa da democracia”, informou a Andifes.
Serviço
O quê: Ato do Dia de Luta pela Democracia Brasileira
Onde: Praça da Paz – Campus A.C. Simões (Ufal)
Quando: 5 de outubro, às 10h
Ufal