Uma ciência quântica brasileira de impacto global é sim possível

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura discute a urgência de uma estratégia nacional estruturada para transformar o País em um protagonista da revolução quântica global

1739789162304A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como o Ano da Ciência e das Tecnologias Quânticas, em homenagem ao centenário do artigo revolucionário do físico alemão Werner Heisenberg, publicado em 1925. O objetivo é aumentar a conscientização sobre os impactos científicos, tecnológicos e socioeconômicos da chamada “revolução quântica”. A iniciativa destaca o papel crescente das tecnologias quânticas em diversas áreas, como computação, segurança digital e novas formas de telecomunicação. Isso é o que discute artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que tem como tema “Ciência Aberta”.

O Brasil, que já foi referência em informação quântica no início do século, enfrenta desafios desde 2016 devido à redução de investimentos na área. A fuga de cérebros tornou-se uma realidade, com cientistas brasileiros ocupando posições de destaque em outros países que investem fortemente em pesquisa quântica. Apesar disso, a comunidade científica nacional segue resistente, mantendo-se competitiva mesmo com a escassez de recursos.

Nos últimos anos, o cenário começou a mudar com novos investimentos. “Desde 2023, o Brasil começou a reconhecer o papel estratégico das tecnologias quânticas, aumentando significativamente os investimentos na área”, afirma Rafael Chaves, líder de pesquisa e vice-diretor do Instituto Internacional de Física (IIF-UFRN). O país vem ampliando incentivos por meio do Governo Federal, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além disso, centros de pesquisa como o Senai Cimatec, na Bahia, e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) receberam aportes significativos para impulsionar a inovação na área.

O movimento pela ciência aberta também tem sido um aliado na democratização do conhecimento quântico. Empresas como IBM e Xanadu disponibilizam plataformas gratuitas para programação de computadores quânticos, enquanto iniciativas como o arXiv e o Quantum Journal garantem acesso irrestrito a pesquisas de ponta. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de maior conscientização sobre práticas de ciência aberta, promovendo a colaboração e o compartilhamento de resultados de forma equilibrada entre inovação e proteção intelectual. “É perfeitamente possível desenvolver uma ciência quântica brasileira — nacional, regional, cooperativa, inclusiva e de impacto global”, defende Rafael Chaves.

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https://revistacienciaecultura.org.br/?p=7899

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