Vacina contra o HPV pode evitar 250 mil mortes por ano

Principal causador do câncer de colo de útero, o Ministério da Saúde anunciou o investimento de R$ 500 milhões com o objetivo de vacinar cerca de 10 milhões de meninos e meninas

O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (13), uma campanha de vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano). A ação visa atingir 10 milhões de meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos.

A vacina já fazia parte do calendário obrigatório do Programa Nacional de Imunizações do Sistema Único de Saúde e seu alcance deve ser expandido até 2020, para ampliar a cobertura vacinal. A preocupação é decorrente de um estudo apresentado em que a prevalência do vírus excede os 54% dos jovens brasileiros, entre 16 e 25 anos.

A gravidade do vírus, motivou a pesquisadora Dra. Luisa Lina Vila a elaborar um amplo estudo que mediu a resposta imunológica de 500 adolescentes vacinados contra o HPV. O estudo foi reconhecido com o terceiro lugar no Prêmio Péter Murányi 2018, que será entregue no mês de abril. A pesquisadora foi uma das responsáveis pelo primeiro estudo clínico que comprovou a eficácia da vacina no combate contra alguns tipos de cânceres.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina contra o HPV poderia evitar a morte de mais de 250 mil mulheres, por ano, diagnosticadas com câncer de colo de útero. E no Brasil, estima-se que ocorram 16 mil casos de câncer de colo de útero por ano, com 5 mil óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde. O Governo brasileiro também destaca que mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos casos de tumores de pênis estão relacionados ao HPV.

Presidente da Fundação Péter Murányi, organizadora da premiação, Vera Murányi Kiss avalia a importância de iniciativas como a realizada pela Dra. Luisa Lina para conter o avanço de doenças que podem colocar em risco a vida das populações mais jovens.

“Estudos como o conduzido pela Dra. Luisa deixam claro o compromisso dos pesquisadores brasileiro em garantir o bem-estar das atuais e futuras gerações. O trabalho conduzido por ela também reforçou a participação da mulher na Ciência, além de projetar o alcance e a importância dos estudos clínicos produzidos em nosso país”, ressalta.

Indicada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e coordenada pela pesquisadora, a análise integrou levantamentos com voluntárias residentes em nações como Estados Unidos, Finlândia, Noruega e Suécia.

Recorde de inscrições

Para esta edição, focada em saúde, a Fundação Péter Murányi recebeu 225 trabalhos, vindos de toda a América Latina. O número representa um recorde de inscritos em toda a história da premiação.

Os finalistas foram avaliados por um júri composto por representes de entidades nacionais e internacionais ligadas à área de saúde, integrantes de universidades federais, estaduais e privadas, personalidades de renome e membros da sociedade.

O Prêmio Péter Murányi é realizado anualmente, com temas que se alternam a cada edição: Saúde, Ciência & Tecnologia, Alimentação e Educação.

A premiação conta com o apoio das seguintes entidades: ABC (Academia Brasileira de Ciências); Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo); Aconbras (Associação dos Cônsules no Brasil); Anpei(Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras); CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola); CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico); Capes(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

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