“Comunidades Tradicionais” é o título do novo volume da coleção Povos Tradicionais e Biodiversidade no Brasil. Este volume integra a Seção de Pesquisas Interculturais, em que serão ainda publicados dois volumes: Povos Indígenas e Quilombolas.
O volume reúne cinco experiências de povos que se inter-relacionam com biomas diversos, com histórias e identidades próprias, como os Caiçaras da Jureia, na Mata Atlântica, litoral sul do Estado de São Paulo; as Comunidades de fundo de pasto, na caatinga, no estado da Bahia; as Comunidades vazanteiras e as Comunidades geraizeiras, no cerrado, na Bacia do rio São Francisco, estado de Minas Gerais; e as Quebradeiras de coco babaçu, na Amazônia, estados do Maranhão e Pará.
A publicação evidencia a riqueza e pluralidade de conhecimentos detidos e produzidos pelas Comunidades Tradicionais; as variadas formas de organização social e de uso do ambiente; as práticas e sistemas de produção que resultam em contribuições para a biodiversidade; assim como as políticas públicas e legislação ambiental que ameaçam a reprodução dessas sociedades e a conservação de seus territórios.
Sobre a Coleção
A obra completa, com 17 seções é coordenada por Manuela Carneiro da Cunha (USP e Universidade de Chicago), Sônia Barbosa Magalhães (UFPA) e Cristina Adams (USP). Segundo as coordenadoras do projeto, o estudo compõe um acervo importantíssimo, não só para os tomadores de decisão, mas também para os povos tradicionais e cientistas de muitas áreas.
Trata-se de uma síntese das contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais no Brasil para a geração e conservação da biodiversidade, além de outros serviços ecossistêmicos; das políticas públicas que os afetam positiva ou negativamente e dos conflitos e ameaças a que estão sujeitos. A pesquisa traz ainda avaliações e recomendações de órgãos internacionais acerca de compromissos assumidos pelo Brasil.
O trabalho é resultado de uma encomenda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), viabilizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), complementado pelo apoio de um doador (que quis permanecer anônimo) e com contribuição da Plataforma Brasileira de Serviços Ecossistêmicos (BPBES).
Dirigida a tomadores de decisão de todos os níveis, a projeto segue as orientações da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). “O objetivo é reunir e resumir o conhecimento atual referenciado por fontes acessíveis ao público”, enfatizam as coordenadoras.
A SBPC publicará quinzenalmente em seu site um novo volume da publicação e uma vez por mês realizará um webinário para debater os estudos apresentados no período, pelo seu canal no YouTube (@SBPCnet).
Confira abaixo a estrutura da obra:
Parte I. Territórios E Direitos Dos Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais
- Seção 1. Quem São, Quantos São
- Seção 2. Territórios (Onde Estão?)
- Seção 3. Dificuldades Na Efetivação Dos Direitos Territoriais
- Seção 4. Alguns Direitos Específicos Na Legislação Brasileira
Parte II. Contribuição Dos Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais À Biodiversidade
- Seção 5. Os Territórios Indígenas e Tradicionais Protegem a Biodiversidade?
- Seção 6. Biodiversidade Como Legado de Povos Indígenas
- Seção 7. Gerar, Cuidar e Manter a Diversidade Biológica
- Seção 8. Conhecimentos Associados À Biodiversidade
Parte III. Políticas Públicas Direcionadas aos Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais
- Seção 9. Incentivos ao Uso da Terra e Produção
- Seção 10. Políticas Educacionais, de Saúde e Proteção Social
Parte IV. Políticas Públicas que Ameaçam os Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais
- Seção 11. Projetos Econômicos e de Infraestrutura
- Seção 12. Conflitos
- Seção 13. Ameaças
Parte V. Avaliações Internacionais
Parte VI. Pesquisas Interculturais
- Seção 15. Povos Indígenas
- Seção 16. Comunidades Tradicionais
- Seção 17. Quilombolas
Jornal da Ciência