Embora sejam 57% dos alunos da graduação e 53% da pós-graduação, conforme o Inep, as mulheres representam apenas 35,6% dos bolsistas de produtividade em pesquisa no Brasil. Esse último dado de 2023, levantado pelo Parent in Science, reflete um cenário já observado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), segundo a qual apenas um em cada três pesquisadores no mundo é mulher.
A participação das mulheres é maior nas áreas de saúde e de ciências humanas durante a graduação e a pós-graduação. Já nas carreiras da ciência, da tecnologia, das engenharias e da matemática – conhecidas como STEM –, voltadas às ciências exatas o número diminui consideravelmente, segundo Francilene Garcia, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). As mulheres representaram 26% dos ingressantes nesses cursos em 2023, conforme um estudo realizado pelo Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.
Na última semana, comemorou-se o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. Embora tenham conquistado avanços significativos ao longo do último século, a data, instituída pela ONU, é um momento de conscientização e luta – um lembrete de que ainda há muitos desafios presentes que estão intrincados à dificuldade de inserção e permanência das mulheres na ciência.
“Efeito tesoura”
A presença feminina diminui à medida que elas progridem para a pós-graduação e nas carreiras científicas, conforme um artigo publicado na Revista Brasileira de Pós-Graduação (RBPG). O chamado “efeito tesoura”, que leva à subrepresentação nestas áreas, pode ser explicado por alguns fatores, como a falta de apoio claro à permanência das mulheres nas carreiras e o estereótipo de que as ciências exatas são campos masculinos, conforme Francilene.
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