O SciELO (Scientific Electronic Library Online) possui 27 anos de atuação consolidando seu modelo inovador de comunicação científica. Criado como uma política pública com o apoio de agências de fomento, sociedades e associações científicas, o programa se tornou referência internacional na promoção da Ciência Aberta. Isso é o que discute artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que tem como tema Ciência Aberta.
A iniciativa, desenvolvida coletivamente por pesquisadores, editores científicos e profissionais da informação, opera segundo os princípios da equidade, inclusão e acessibilidade, fortalecendo a visibilidade das pesquisas publicadas em periódicos de qualidade editados no Brasil e em outros países da Rede SciELO. O SciELO se destaca como componente estratégico do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. “O crescimento sustentável dos periódicos SciELO reflete não apenas a qualidade editorial, mas também o compromisso com a diversidade, inclusão e acessibilidade na ciência brasileira”, afirma Abel L. Packer, coordenador de projetos da FapUNIFESP, cofundador e diretor do Programa SciELO desde 2010.
Três características sustentam essa posição. A primeira é sua governança estruturada em três níveis: político-financeiro, com um consórcio formado pela Capes, CNPq e Fapesp; científico, com comitês consultivos alinhados ao estado da arte internacional; e operacional, com uma rede de cerca de 180 instituições responsáveis por mais de 320 periódicos. Esse modelo assegura a sustentabilidade do programa e seu alinhamento com as políticas nacionais de pesquisa.
A segunda característica é o impacto alcançado pelos periódicos indexados na plataforma. Dados até 2020 mostram que o indicador SNIP médio dos periódicos SciELO (0,619) supera significativamente o de periódicos brasileiros não indexados (0,361), comprovando a eficiência do programa na ampliação da visibilidade da produção científica nacional. Além disso, o SciELO opera com custos inferiores aos das editoras comerciais, tornando-se uma alternativa viável e acessível para pesquisadores e instituições.
A terceira característica é a implementação abrangente dos princípios da Ciência Aberta, com a disponibilização de preprints, periódicos, dados de pesquisa e livros acadêmicos em acesso aberto. A plataforma também promove a avaliação por pares informada e internacionalmente interoperável, garantindo maior transparência e acessibilidade na comunicação científica. Esse modelo contribui para a qualidade e impacto da produção acadêmica brasileira e favorece a equidade no acesso ao conhecimento.
Em 2024, o SciELO foi formalizado como um programa nacional do Brasil, consolidando-se como política pública mantida por um consórcio nacional formado por Capes, CNPq e Fapesp, com possibilidade de adesão de outras instituições. “A adoção do SciELO como plataforma preferencial de publicação científica no Brasil contribuirá decisivamente para fortalecer a soberania nacional, promover a equidade no acesso ao conhecimento e aumentar a competitividade internacional da ciência brasileira”, reforça Abel Packer.
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