CGEE apresenta ferramentas para auxiliar gestores de ciência, tecnologia e inovação

Representantes do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) apresentaram, na quinta-feira (17/12), na sede da FAPESP, em São Paulo (SP), a dirigentes da Fundação e pesquisadores, ferramentas eletrônicas e métodos para auxiliar especialistas na gestão de atividades de ciência, tecnologia e inovação.
Representantes do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) apresentaram, na quinta-feira (17/12), na sede da FAPESP, em São Paulo (SP), a dirigentes da Fundação e pesquisadores, ferramentas eletrônicas e métodos para auxiliar especialistas na gestão de atividades de ciência, tecnologia e inovação.
De acordo com Marcio de Miranda Santos, diretor executivo do CGEE, as ferramentas apresentadas foram desenvolvidas no âmbito da missão da entidade, associação privada sem fins lucrativos criada em 2001 para subsidiar a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e as decisões de longo prazo dos setores público e privado em temas relacionados.
“O CGEE surgiu com a orientação de criar uma estrutura que permitisse a cada demanda ou iniciativa mobilizar o melhor da nossa competência em todas as áreas do conhecimento e de sua aplicação, seja no Brasil ou no exterior. Somos uma instituição de interface entre os meios acadêmico, empresarial e de governo, articulando competências em torno de projetos estratégicos, e isso é feito por meio de estudos de natureza prospectiva, com análises de tendências e um conjunto de metodologias nesse sentido, e de avaliação estratégica, com analises retrospectivas, entre outras estratégias”, disse.
A apresentação de Santos focou em como o CGEE tem atuado na área de big data, relacionada a grandes volumes de dados armazenados. “Ferramenta alguma resolve os problemas de big data em definitivo, mas esse tipo de recurso pode ser uma forma de permitir a aceleração do processo de captura, tratamento e disponibilização de grandes volumes de informação”, pontuou.
Foi apresentada na ocasião a ferramenta utilizada pelo CGEE para monitoramento e análise de dados, com funcionalidades de processamento em linguagem natural, como extração de palavras-chave, expressões-chave e bag of words – uma representação numérica da coleção de documentos –, identificação de classes gramaticais, cálculos de similaridades (cosine similarity), reconhecimento do idioma do documento e recursos de visualização, entre outros. Há ainda recurso para criação de esquemas de classificação de documentos, atualizados em tempo real.
Santos falou ainda da participação do CGEE na chamada de 2014 do programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por intermédio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a FAPESP e as demais fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs).
Por meio de suas ferramentas, o CGEE forneceu ao CNPq informações que auxiliaram na análise e no julgamento das propostas a partir do tratamento e da análise dos dados e das informações solicitadas no formulário de submissão.
“Entre os trabalhos, foi realizada análise de adequação para identificar possíveis grupos temáticos ideais para as áreas de atuação propostas para cada INCT e verificação da capacidade de orientação do grupo ou rede”, destacou.
Antonio Carlos Filgueira Galvão, diretor do CGEE, apresentou outra linha de atuação do centro, voltada aos recursos humanos em CT&I.
“Trata-se de uma frente de trabalho bastante consolidada, centrada na dinâmica da demografia da base científica e tecnológica do Brasil, em um conjunto de ferramentas que permitem cruzar fontes de informação no sentido de apresentar os impactos dos esforços que o país fez na formação de recursos humanos em décadas”, destacou Galvão.
Para José Goldemberg, presidente da FAPESP, os trabalhos apresentados pelo CGEE podem contribuir para o aumento do impacto da ciência brasileira.
“O Brasil, em especial São Paulo, tem avançado muito nos últimos anos no que diz respeito à produção científica, porém o impacto da pesquisa não tem aumentado, mantendo-se constante e um pouco abaixo da média mundial. Para que trabalhos científicos sejam citados, para se ter impacto, é preciso estar na vanguarda, e isso não é possível sem que se compreenda amplamente os processos que são vividos na ciência. O CGEE tem muito a contribuir com suas ferramentas e seus métodos nesse processo”, afirmou.
Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP e presidente do Conselho do CGEE, destacou a representatividade da entidade: “O Conselho de Administração do CGEE tem uma abrangência ampla, representando o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, o que garante à instituição autonomia e um influxo para operar com a diretoria, fazendo dela um organismo inteligente para prospecção e análise na área.”
Os 20 conselheiros do CGEE representam o MCTI, o CNPq, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI), o Ministério da Educação (MEC), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti), o Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (Foprop), a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e o empresariado nacional.