Brasil precisará de décadas para reconstruir sua ciência após cortes, avaliam pesquisadores

Setor sofre com diminuição de bolsas, falta de incentivo em geral e o anúncio recente de uma redução de 42% no orçamento. Presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira critica a diminuição de recursos para a área, tendência acentuada, segundo ele, a partir de 2015, e classifica o momento atual como de grande desestímulo aos pesquisadores

Em meio a uma crise sanitária de escala global, no momento em que profissionais de saúde e cientistas se tornam protagonistas no combate à pandemia e na busca de soluções para frear o gigantesco número de mortes causadas pelo coronavírus, o governo brasileiro, na contramão do mundo, anuncia cortes que afetam diretamente cientistas que estão mobilizados na procura por uma cura para a covid-19. Após sucessivos congelamentos de despesas, redução de bolsas de pesquisa e uma falta de incentivo em geral para a ciência nos últimos meses, o cenário voltou a se mostrar preocupante com o anúncio, no final de março, de um corte orçamentário de 42% em ciência e tecnologia.

Enquanto a pandemia de covid-19 exige que a ciência brasileira mobilize seu conhecimento no combate ao coronavírus, o governo anunciou que congelaria R$ 29,58 bilhões das despesas previstas para este ano em razão da revisão do cenário econômico, com menos crescimento e menor arrecadação. As principais entidades científicas e de Ensino Superior do país criticaram, em carta conjunta, o congelamento das despesas para investimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) anunciado pelo governo federal em plena pandemia, apontando que, nesse cenário, serão necessários muitos anos para reestruturar a ciência brasileira.

Veja o texto na íntegra: Zero Hora