Para o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, a Marcha Virtual pela Ciência será uma boa oportunidade para se debater, com cientistas e especialistas da área da saúde, a situação atual da pandemia de coronavírus no Brasil, e compartilhar informações e análise qualificadas, com pessoas de todo o País, sobre a covid-19 e também sobre a CT&I no Brasil.
A discussão é importante neste momento, não só pela grave situação sanitária criada com a pandemia, mas também pelos seus impactos futuros no País, nos aspectos sociais e econômicos. “É fundamental também que se pense numa reconstrução econômica, porque estamos em uma situação muito precária neste aspecto”, afirmou Moreira. E para isso, a ciência e a tecnologia são instrumentos fundamentais, não apenas para enfrentar o coronavírus – o que já está acontecendo, apesar das dificuldades – mas na direção de um País democrático, mais rico, menos desigual e que atinja um desenvolvimento sustentável.
Segundo ele, a Marcha Virtual pela Ciência, que dá sequência a outras marchas pela ciência realizadas em anos anteriores, está inspirada neste momento no PACTO PELA VIDA E PELO BRASIL, documento que a SBPC assinou no início de abril com outras entidades – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão Arns, Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI) -, no qual se prega a importância da união da sociedade brasileira, com solidariedade, disciplina e conduta ética, ao lado da necessária ação eficiente e transparente dos diversos níveis de governo no enfrentamento da pandemia.
“É preciso uma mobilização nacional em torno dos princípios do Pacto pela Vida e pelo Brasil, reafirmando a importância de lutar pela preservação da vida, em todas as camadas sociais, dos setores mais pobres, dos trabalhadores informais, dos desempregados, das populações mais vulneráveis, como as indígenas, que estão vivendo um momento dificílimo”, destacou o presidente da SBPC.
A pandemia atingiu já uma proporção muito grave no País, com centenas de milhares de atingidos e com milhares de mortos. O Brasil adotou com atraso medidas preventivas e, mesmo assim, às vezes parcialmente ou com sinalização em contrário ao sugerido pelas organizações de saúde e pela ciência. “Mas algumas medidas, como o isolamento social, que foram adotadas em diversos estados e municípios, foram importantes e deveriam ser continuadas, e não suspensas, ainda mais em momentos críticos. E diversas outras ações diretamente relacionadas, como o atendimento à saúde das pessoas, e também decisões mais efetivas de apoio econômico às populações mais pobres e a pequenos empresários, ainda precisam ser feitas para poder atenuar o impacto muito grande da pandemia e os graves reflexos sobre a vida das pessoas”, diz Moreira.
Sugestões e propostas que saírem dos debates poderão ser base para a manifestação de entidades e serem eventualmente encaminhadas aos poderes Legislativos e Executivos em escala local, estadual, federal.
O presidente da SBPC frisa que as apresentações e debates que serão feitos nesta quinta-feira servirão também para mostrar que a CT&I brasileira tem capacidade para enfrentar desafios, para discutir e propor alternativas e soluções mais adequadas para crises como esta do coronavírus. Mas o setor tem sofrido cortes de recursos muito significativos nos últimos anos, o que prejudica seu desempenho. “É essencial a valorização do conhecimento científico e que se apoie, de fato, o desenvolvimento científico e tecnológico do País.”
A Marcha Virtual pela Ciência terá atividades transmitidas pelas redes sociais da SBPC no Facebook e no YouTube.
Veja como participar:
Página da Marcha: http://portal.sbpcnet.org.br/marcha-virtual-pela-ciencia/
Programação: http://portal.sbpcnet.org.br/marcha-virtual-pela-ciencia/programacao/
Manifestação Digital em frente ao Congresso Nacional: http://www.jornaldaciencia.org.br/marche-pela-ciencia-com-seu-avatar/
Janes Rocha – Jornal da Ciência