Poluição do Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá (RJ) requer atenção

Em nota, GT em Meio Ambiente da SBPC e SBPC-RJ solicitam às autoridades Municipais e Estaduais do Rio de Janeiro providências no sentido de salvaguardar a saúde da população

O Grupo de Trabalho em Meio Ambiente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Secretaria Regional da SBPC no Rio de Janeiro (SBPC-RJ) enviaram carta às autoridades Municipais e Estaduais do Rio de Janeiro, por meio de suas secretarias de Meio Ambiente e Superintendência de Recursos Hídricos, solicitando providências com relação à poluição do Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá (CLBJ).

Formado por um complexo de lagoas costeiras, segundo o documento, o CLBJ tem recebido há décadas efluentes de origem doméstica e industrial com alta carga de matéria orgânica, promovendo uma crescente concentração de nutrientes em um processo conhecido como eutrofização, que tem como principal consequência o aumento de biomassa de algas, principalmente produtoras de toxinas.

De acordo com especialistas, este material orgânico é capaz de causar complicações gastrointestinais e disfunção hepática grave, podendo levar inclusive à morte por hemorragia intra-hepática.

O texto cita um estudo da Fiocruz, em colaboração com o ativista ambiental Mário Moscatelli, que tem mostrado que a extensão da mancha verde de cianobactérias que sai do canal, principalmente durante períodos de maré extremamente baixa, pode entender-se por vários quilômetros na praia da Barra e, até mesmo, para ilhas próximas. O documento informa ainda que em outubro, um documento enviado por Moscatelli aos secretários de Meio Ambiente do Estado e do Município do Rio de Janeiro, apontou algumas medidas de urgência, mas, que apesar da situação emergencial, nenhuma das medidas sugeridas foi implementada até o momento.

“Cabe ressaltar que, apesar da situação emergencial e de saúde pública, nenhuma dessas medidas foi implementada pelos órgãos competentes, deixando a população vulnerável em um período de severa pandemia, onde o número de casos associados à covid-19 registra aumenta em diversos estados. Além disso, este cenário de contaminação impacta o principal ativo econômico-ambiental da cidade do Rio de Janeiro e, antes que o referido impacto ambiental gere sérios problemas na saúde de quem frequenta esta área, é urgente que as autoridades tomem as medidas cabíveis”, alertam o GT e a SBPC-RJ na nota.

Leia aqui a nota na íntegra.

Jornal da Ciência