SBPC encaminha moção de apoio por laboratórios de Ciências nas escolas da rede pública de Ensino Básico

Segundo o texto, aprovado por unanimidade pela Assembleia Geral Ordinária de Sócios da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência durante a 75ª Reunião Anual, é preciso estabelecer condições nas escolas para os jovens praticarem ciência

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) encaminhou a autoridades a “Moção de Apoio: Laboratórios de Ciências nas escolas da rede pública de Ensino Básico, urgência histórica no Brasil”. O documento foi enviado para os ministros da Educação, Camilo Santana; e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; e para os presidentes das Comissões de Educação do Senado e da Câmara dos Deputados.

De acordo com a moção, o ensino básico é fundamental no enfrentamento do negacionismo e é preciso estabelecer condições nas escolas para os jovens praticarem ciência. “Uma vez desenvolvidas atitudes de negacionismo científico entre os jovens, esforços muito maiores terão de ser feitos para enfrentar o negacionismo científico no mundo adulto. As pesquisas mostram que as práticas nos laboratórios de ciências nas escolas tanto promovem a compreensão da natureza da ciência, como favorecem a distinção, entre os estudantes, dos campos da ciência e da religião. A distinção entre ciência e religião no Brasil é um desafio educacional”.

O documento foi aprovado por unanimidade pela Assembleia Geral Ordinária de Sócios da SBPC, realizada no dia 27 de julho, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), durante a 75ª Reunião Anual da SBPC.

Veja o documento abaixo na íntegra:

Moção de Apoio: Laboratórios de Ciências nas escolas da rede pública de Ensino Básico, urgência histórica no Brasil

O que as pesquisas na área do Ensino Básico mostram sobre a formação científica? O estudante, ao praticar nos laboratórios de ciências, envolve-se sem dificuldades na ciência. Ele quer observar, questionar, provocar resultados, comparar, discutir. Ele quer pensar com sua “própria cabeça”. Não há outra palavra a ser dita: os jovens querem ser protagonistas de sua vida estudantil e mostram entusiasmo com a prática da ciência nos laboratórios de ciências.

A história recente mostrou a realidade do negacionismo científico no Brasil. Esse negacionismo está relacionado à falta de entendimento da natureza do conhecimento científico. Falta compreensão das bases do conhecimento científico e isto produz vulnerabilidade diante de mensagens de críticas à ciência.

O ensino básico é fundamental no enfrentamento dessa realidade porque, uma vez desenvolvidas atitudes de negacionismo científico entre os jovens, esforços muito maiores terão de ser feitos para enfrentar o negacionismo científico no mundo adulto. As pesquisas mostram que as práticas nos laboratórios de ciências nas escolas tanto promovem a compreensão da natureza da ciência, como favorecem a distinção, entre os estudantes, dos campos da ciência e da religião. A distinção entre ciência e religião no Brasil é um desafio educacional.

Estabelecer condições nas escolas para os jovens praticarem ciência é uma demanda de desenvolvimento a ser respondida no Brasil se se pretende atingir o objetivo de fomentar, democraticamente, isto é, em larga escala, a compreensão e a receptividade em relação às ciências. Laboratório de ciências na escola pública é condição obrigatória.

É nesse contexto que, também, fomentaremos o interesse pela atividade científica, objetivo estratégico para o desenvolvimento das ciências no Brasil. Urge um projeto específico: Laboratórios em toda a rede pública do Ensino Básico. Esse é um compromisso educacional a ser defendido em um Estado, que se quer, democrático e laico.

Curitiba, 27 de julho de 2023.

Confira o documento neste link.

Jornal da Ciência