SBPC em Alagoas: um passo grandioso

Em quase sete décadas, o maior evento científico da América Latina jamais aconteceu no estado de Alagoas. Apenas uma reunião regional foi realizada em Maragogi, no ano de 2008. O encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC congrega todas as entidades científicas do país, as instituições de fomento e financiamento, órgãos públicos e privados diretamente vinculados ao ambiente das pesquisas e à rede de ensino superior

Em quase sete décadas, o maior evento científico da América Latina jamais aconteceu no estado de Alagoas. Apenas uma reunião regional foi realizada em Maragogi, no ano de 2008.

O encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC congrega todas as entidades científicas do país, as instituições de fomento e financiamento, órgãos públicos e privados diretamente vinculados ao ambiente das pesquisas e à rede de ensino superior.

Ela já percorreu quase todo o Brasil, divulgando a capacidade científica e tecnológica do país. Trata-se de uma vitrine excepcional do papel da ciência no desenvolvimento e formação de uma sociedade. Além disso, a SBPC sempre se manteve firme na posição política, intransigente, da defesa de um regime democrático e socialmente justo. Foi assim que durante o período do regime governamental civil-militar a SBPC se portou, como guardiã das discussões críticas ao sistema político vigente, denunciando suas atrocidades institucionais, crimes contra os direitos humanos, perseguições e torturas contra pesquisadores e estudantes.

Não causa estranheza que em toda sua existência a SBPC não tenha realizado uma reunião nacional em Alagoas. Os elevados níveis de analfabetismo, a abissal desigualdade de renda e riqueza e o subdesenvolvimento econômico marcante, em um território tão pequeno dentro da escala geográfica brasileira, denotam o atraso também tecnológico e científico, bem como a inexpressiva estrutura de ciência, tecnologia e inovação e sua inserção nacional.

Entretanto, apesar dos enormes problemas e desafios postos pelas condições estruturais que insistem em permanecer inalteradas, o estado de Alagoas pode evoluir razoavelmente nessas áreas, em razão da mistura de políticas públicas nacionais de expansão do ensino superior, da pós-graduação, da estrutura de CT&I, com a “rebeldia” e visão empreendedora de gestores locais que militam pela causa e enxergam esses elementos como essenciais para o desenvolvimento econômico e social, inclusive como eixo de diversificação de nossa estrutura produtiva.

No contexto dessa evolução destacamos alguns aspectos em especial: instalação de uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa; construção dos polos tecnológicos agroalimentares e de informação e comunicação nas cidades de Arapiraca, Batalha e Maceió, respectivamente; expansão do sistema de pós-graduação – mestrados e doutorados; crescimento do número de pesquisadores-doutores e grupos de pesquisas; interiorização do ensino superior; realização do Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia – Caiite; realização da Bienal Internacional do Livro; e, fortalecimento das políticas de fomento à pesquisa.

Diante desses esforços, a vinda da 70ª Reunião Anual da SBPC, em 2018, para Alagoas será uma oportunidade espetacular para reforçar ainda mais a importância da ciência, tecnologia e inovação como eixos fundamentais para as transformações sociais e econômicas que o estado tanto almeja, dentro de uma proposta política reformista, modernizante e progressista. Mobilizará estudantes de todos os níveis e tipos de escola para visitarem as exposições e curtirem as demonstrações científicas e tecnológicas, estimulando a curiosidade por esse mundo infinito de oportunidades.

Não menos importante, a SBPC em Alagoas chamará atenção de parte da comunidade acadêmico-científica, especialmente das instituições públicas federais e seus gestores, para a importância da continuidade das políticas públicas responsáveis por avanços consideráveis em regiões periféricas na área de CT&I. Avanços esses gravemente ameaçados por contingenciamentos orçamentários e financeiros lineares.

A Universidade Federal de Alagoas está de parabéns por assumir o protagonismo em realizar o evento. Certamente, em torno da UFAL, as universidades estaduais (Uneal e Uncisal), os centros universitários (Cesmac e Unit) e os Institutos Federais (IFAL) darão uma contribuição fundamental levando suas experiências educacionais e de avanços científicos e tecnológicos. A Fundação de Amparo à Pesquisa – Fapeal e o Governo do Estado cumprirão um papel estratégico em apoiar a realização do evento e fomentá-lo, seguindo o padrão já estabelecido pela gestão governamental nas ações de CT&I em Alagoas.

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