Para presidente da SBPC, saída de Raupp do MCTI é prejudicial para o setor científico

Marco Antonio Raupp não é mais ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. O cientista dá adeus à pasta após quase 26 meses à frente do cargo. A notícia pegou a comunidade científica desprevinida, que está à espera de mudanças na legislação e também apoia a manutenção de Raupp. Segundo a presidente da SBPC, Helena Nader, o episódio demonstra que o governo federal não liga para a ciência. “Não estou questionando a competência do futuro gestor do MCTI, mas é uma situação extremamente constrangedora para toda a comunidade científica brasileira. Raupp lutou por nós, mantendo os projetos prementes e saindo para buscar novos convênios.
Marco Antonio Raupp não é mais ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. O cientista dá adeus à pasta após quase 26 meses à frente do cargo.
A notícia pegou a comunidade científica desprevinida, que está à espera de mudanças na legislação e também apoia a manutenção de Raupp. Segundo a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, o episódio demonstra que o governo federal não liga para a ciência.
“Não estou questionando a competência do futuro gestor do MCTI, mas é uma situação extremamente constrangedora para toda a comunidade científica brasileira. Raupp lutou por nós, mantendo os projetos prementes e saindo para buscar novos convênios. A mudança neste momento significa desconhecer o esforço que o ministro Raupp tem feito pela ciência. É desconhecer o apoio que ele tem da comunidade científica e de toda a sociedade”, ressaltou.
A presidente da SBPC afirma que a troca na atual conjuntura é prejudicial para o setor científico. Ela explica que a proximidade com término de mandato e a entrada de um profissional que não está interado de todas as situações dentro da pasta pode atrapalhar o andamento dos programas.
“O ministro levou um tempo para poder organizar a casa. Estamos em fim de governo, e usar esse ministério como moeda de troca eu acho, pelo menos, preocupante. Estávamos terminando o plano de biotecnologia com todo o comitê. Agora com a mudança de direção, não sei no que vai dar”, explicou.
Interlocução
Além de destacar negativamente a decisão da mudança no MCTI, Helena Nader também criticou a falta de comunicação do governo com a comunidade científica. A dirigente pontuou que o poder executivo dá mais importância para o futebol do que para ciência e exemplificou a afirmação com a Copa do Mundo.
“O Brasil é o País do futebol. País do Futebol não dá prioridade para a ciência e para a educação. O RDC [Regime Diferenciado de Contratação] foi feito para construir 12 estádios, com qualidade duvidosa. Sinto tristeza, porque estava entusiasmada na época do presidente Lula, pois houve expansão da universidade e descontigenciamento de recursos para ciência e tecnologia. Hoje, o cenário é diferente”, lamentou.
Posse
O novo ministro será empossado pela presidente Dilma Rousseff até a próxima terça-feira (18).