Vacina contra leishmaniose visceral é tema de palestra durante SBPC na Ufac

A bióloga Ana Paula Salles Moura Fernandes e o médico veterinário Ricardo Tostes Gazzinelli, professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), virão a Rio Branco para ministrar uma palestra sobre a Leish-Tec® -uma vacina contra a leishmaniose visceral canina que foi desenvolvida na UFMG e já está sendo comercializada no Brasil pelo Laboratório Hertape. A palestra será realizada no dia 25 de julho, às 10h, na Ufac, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) – o maior evento científico do país.
A bióloga Ana Paula Salles Moura Fernandes e o médico veterinário Ricardo Tostes Gazzinelli, professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), virão a Rio Branco para ministrar uma palestra sobre a Leish-Tec® -uma vacina contra a leishmaniose visceral canina que foi desenvolvida na UFMG e já está sendo comercializada no Brasil pelo Laboratório Hertape. A palestra será realizada no dia 25 de julho, às 10h, na Ufac, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) – o maior evento científico do país.
A leishmaniose visceral é uma síndrome infecto-parasitária transmitida entre os animais – principalmente o cachorro – e para o homem, através da picada do mosquito palha. Uma vez instalada no organismo, o parasita compromete órgãos importantes, como fígado, baço e medula óssea, podendo matar. Na palestra, além de falar sobre o desenvolvimento da pesquisa, que agora caminha para a criação de uma vacina que também projeta o homem, eles abordarão a importância do controle da doença por meio da vacinação.
Antes praticamente limitada à região Nordeste, a leishmaniose visceral se espalhou por todo o território nacional. Na região Norte, o número de óbitos em humanos causados pela doença já é maior que a dengue. Entre 2000 e 2011, por exemplo, foram notificados 333 mortes na região decorrentes de leishmaniose visceral ante 276 causadas por dengue. Os estados de Pará e Tocantins lideraram o número de notificações: 153 e 173, respectivamente.
Segundo a bióloga, o cachorro é o principal vetor da leishmaniose visceral. Daí a importância da vacinação desses animais para o controle da doença. A vacina desenvolvida na UFMG é do tipo recombinante – a única do gênero no mundo. Este tipo de vacina representa um novo conceito de imunização, pois protege o animal com mais eficácia e segurança. Trata-se de um trabalho de engenharia genética pelo qual é extraído do vírus apenas as informações genéticas necessárias para que o organismo reconheça a doença. Essas informações são recombinadas dentro de outro vírus, completamente inofensivo, que produz o antígeno. Ao contrário das vacinas do tipo vivas-atenuadas, a recombinante apresenta baixíssimo risco de o animal ou a pessoa desenvolver a doença.
Pela inovação, os pesquisadores foram agraciados com o Prêmio Péter Murányi 2014, que contemplou com R$ 200 mil a melhor pesquisa científica em saúde. Por isso, a palestra ocorrerá em uma sessão especial da programação da SBPC, reservada à divulgação do vencedor e dos finalistas do Prêmio Péter Murányi 2014.
Finalistas – Além da apresentação da pesquisa contra a leishmaniose visceral canina, haverá outras duas apresentações com os finalistas. Uma será proferida pelo professor Ricardo Mario Arida, da Universidade Federal de São Paulo. Ele e sua equipe realizaram estudos cujos resultados demonstraram que a prática de exercícios físicos por epilépticos, aliada à terapia convencional, aprimora a função cerebral e reduz a frequência de crises em mais 50%.
A outra apresentação, do professor Fernando de Queiroz Cunha, da Universidade de São Paulo, será sobre uma pesquisa que procurou entender os mecanismos e as causas da sepse, de modo a gerar conhecimentos que possibilitem o desenvolvimento de novas terapias para prevenção e tratamento deste problema. A sepse, mais conhecida como infecção generalizada, é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em UTIs. Estima-se que a taxa de mortalidade em hospitais públicos no Brasil, por sepse, esteja acima dos 30%, com gastos anuais em torno de R$ 17 bilhões.