Universidades de São Paulo disponibilizam sua produção científica

Com o objetivo de reunir, preservar e proporcionar o acesso aberto, público e integrado à produção científica dos pesquisadores das universidades estaduais de São Paulo – USP, Unicamp e Unesp – foi criado o Repositório da Produção Científica do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas. O portal já conta com mais de 50 mil artigos científicos.

Com o objetivo de reunir, preservar e proporcionar o acesso aberto, público e integrado à produção científica dos pesquisadores das universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp) foi criado o portal  Repositório da Produção Científica do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp ). O portal já conta com mais de 50 mil artigos científicos, mas deverá crescer na medida em que as instituições forem cadastrando os documentos.

O Repositório, que foi criado por iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vai reunir teses, dissertações, artigos, livros, resumos e trabalhos completos apresentados em reuniões e congressos científicos, entre outras publicações, disponibilizadas pelas três instituições nos repositórios de dados na internet que começaram a desenvolver nos últimos anos.

O diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirma que a ideia do portal surgiu por dois motivos. O primeiro porque a Fundação pretende estimular no Estado de São Paulo a cultura do acesso aberto das pesquisas científicas financiadas com recursos públicos. O segundo motivo, explica ele, é dar visibilidade as estas publicações. “O lançamento do Repositório da Produção Científica do Cruesp é essencial para o funcionamento de uma política de publicação de resultados de pesquisas científicas financiadas com recursos públicos em acesso aberto”, explicou. “Assim, garante arquivo de artigos publicados por pesquisadores da USP, Unicamp e Unesp nos repositórios dessas instituições, vencido o período de embargo estabelecido pelas revistas científicas nas quais os trabalhos foram publicados.”

De acordo com Brito Cruz, a criação do portal só foi viável, porque respeita a política de muitas revistas científicas, que só permitem o arquivamento da publicação em repositórios de instituições aos quais os cientistas trabalham.

Segundo Sueli Mara Ferreira, diretora do Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi) da USP, o conteúdo é institucional de cada universidade, mas o portal contará com um sistema de busca para integrar o conteúdo. “Dessa forma, quando alguém entrar no site para fazer a busca, o programa irá até o acervo de cada instituição”, explica.

Segundo Sueli, a USP foi a primeira a criar um sistema eletrônico de gestão de sua produção científica. “Em 2009, ela começou a implantar um sistema de gestão de sua produção científica em meio eletrônico, que envolve acesso ao conteúdo, preservação digital e, principalmente, o controle dos direitos autorais”, conta. “No final de 2012, a USP lançou sua Biblioteca Digital da Produção Intelectual.” Ela explica ainda que a Biblioteca Digital da Produção Intelectual serviu de modelo para a Unesp e Unicamp.

Sueli, que também é professora de filosofia da USP de Ribeirão Preto, explica que por enquanto o repositório só conta com as obras publicadas em revistas indexadas na ‘Web of Science’ entre 2008 e 2012. “São cerca de 56 mil artigos já incluídos no portal do Cruesp que representam apenas o embrião do projeto e uma infraestrutura básica para iniciar os trabalhos”, disse. “A ideia é que as bibliotecas digitais das três universidades comecem a inserir, a partir de agora, cada vez mais materiais no portal.”

Brito Cruz, por sua vez, explica que esse trabalho de disponibilização dos artigos científicos em repositórios de acesso aberto deve ser feito pelas próprias universidades às quais os pesquisadores estão vinculados, de modo que eles não tenham que interromper suas atividades de pesquisa por esse motivo. “O arquivamento não deve onerar o tempo do pesquisador”, diz. “A Fapesp não quer que os cientistas perca tempo fazendo trabalhos administrativos.”

De acordo com ele, inicialmente a Fapesp exigirá dos pesquisadores que tiveram seus trabalhos financiados pela Fundação que, após publicarem os resultados de pesquisas apoiadas nas revistas científicas que escolheram, disponibilizem o artigo em um repositório (pessoal ou institucional) de acesso aberto o mais rápido possível após o término do período de embargo (que varia de uma publicação científica para outra).

(Vivian Costa)